Da repórter Laura Beal Bordin:
O procurador da República Roberson Pozzobon, que faz parte da Força-Tarefa da Operação Lava Jato, afirmou que apesar das críticas recebidas, a Operação tem recebido apoio de juristas que classificou do “mais alto grau”. “São processualistas e penalistas que entendem a legitimidade da Operação e a observância dos princípios legais”, disse.
Sobre as críticas à Operação, o procurador afirmou que a maioria delas já foram respondidas com argumentos jurídicos e as ações foram corroboradas por juízes de segunda instância e até no próprio STF. “Isso mostra que a operação caminha por passos seguros e com provas robustas. Estamos prontos ao diálogo, mas este processo tem muito para caminhar. Estamos longe de fechar as portas da Lava Jato”, afirmou.
Pozzobon esteve nesta segunda-feira (4) no Salão Nobre do curso de Direito da UFPR para receber uma manifesto de apoio à operação de alunos e ex-alunos do curso. O ato foi uma resposta à reunião de outro grupo de professores e alunos que questionava algumas das ações da Força-Tarefa, principalmente na figura do juiz federal Sergio Moro. Diante de discursos que elevavam os integrantes da Força-Tarefa ao status de heróis, o procurador afirmou que ele e os colegas são apenas “operadores do Direito, que fazem um trabalho de formiguinhas”.
Assim como faz Moro em palestras, Pozzobon falou da Operação Mãos Limpas na Itália, inspiração para a Lava Jato no Brasil, afirmando que, lá, os atos legislativos não corresponderam aos interesses da sociedade. “Devemos estar atentos a eventuais manobras daqueles que são investigados, porque a operação italiana não teve os resultados não vieram ao encontro dos interesses da sociedade, mas sim para promover a impunidade”, afirmou.
Enquanto tirava fotos com os participantes do evento, Pozzobon carregava um tablet e falava sobre as “10 Medidas Contra a Corrupção”, projeto do MPF entregue ao Congresso no final do mês passado.