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Foto: Agência Brasil

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A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) emitiu uma nota nesta segunda-feira (18), afirmando que os desdobramentos do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) não podem impedir a continuidade da Lava Jato. A continuidade do processo foi decidida neste domingo (17) na Câmara dos Deputados e segue para decisão do Senado.

No Paraná, o juiz federal Sergio Moro é responsável pela condução dos processos da Lava Jato em primeira instância. O magistrado não se manifestou sobre a decisão dos deputados em dar continuidade ao processo de impeachment da presidente Dilma.

“Os magistrados de todo o País permanecerão vigilantes para combater quaisquer tentativas de interferência e para que as investigações prossigam de forma transparente e com a devida celeridade”, diz um trecho da nota. Os juízes destacam, principalmente, a necessidade de não haver interferência no trabalho do Supremo Tribunal Federal (STF) na condução dos processos de réus com prerrogativa de foro.

Até agora, 21 pessoas já foram denunciadas no STF por envolvimento na Lava Jato. Ao todo, a Procuradoria Geral da República investiga 94 pessoas, segundo números oficiais divulgados pela força-tarefa. Pelo menos 22 deputados federais são investigados na Lava Jato e devem ser julgados pelo STF.

Mais cedo, o procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da Lava Jato em Curitiba, se manifestou nas redes sociais dizendo que o impeachment não interfere nas investigações, mas que “a Lava Jato continuará tendo muitos inimigos, cujo numero cresce a cada dia em que o número de investigados aumenta”. “Continuará a ser atacada, de modo ostensivo ou sorrateiro, e nossa única proteção é a sociedade”, disse o procurador.

Veja a nota da AMB na íntegra:

“Com a aprovação pela Câmara dos Deputados do prosseguimento do processo de impeachment contra a presidente da República, Dilma Rousseff, a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) alerta que os desdobramentos da decisão não podem impedir os processos de combate à corrupção no País e defende a continuidade das investigações da Operação Lava Jato.

Em tempos decisivos para o cenário político e econômico do Brasil, a independência e autonomia do Poder Judiciário devem ser garantidas, principalmente, no que diz a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) na condução dos processos dos réus com foro privilegiado. Os magistrados de todo o País permanecerão vigilantes para combater quaisquer tentativas de interferência e para que as investigações prossigam de forma transparente e com a devida celeridade.

João Ricardo Costa

Presidente da AMB”

 

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