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A força-tarefa da Lava Jato evitou comentar o vazamento de conversas entre o ex-presidente da BR Distribuidora Sérgio Machado e o ministro do Planejamento Romero Jucá, em que os dois discutem uma forma de abafar a operação. Os delegados da PF disseram que foram pegos de surpresa com a informação e que as investigações do caso devem ocorrer no Supremo Tribunal Federal (STF), por envolver pessoas com prerrogativa de foro.

O delegado Luciano Flores, porém, disse que o teor das conversas divulgadas não preocupa a força-tarefa em Curitiba. Segundo o delegado, não é a primeira vez que os investigadores recebem informações como essa e não se preocupam. “A gente já constatou que a Lava Jato não recebe influências  políticas, a população não permite que isso aconteça, ela vai para as ruas quando  é preciso”, disse Flores.

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“Esse respaldo que vem da população nos torna fortes e convictos que nós não vamos receber qualquer tipo de influência política, até porque no ponto em que a gente já chegou dificilmente isso poderia ser permitido. Eu diria que [a Lava Jato] está blindada pela população”, disse o delegado da PF.

Para ele, não basta a tentativa de alguns investigados em interferirem politicamente no curso da operação. “Não basta intenções ou declarações de qualquer governo que seja que possam frear essa investigação, quando a gente sempre está com a razão”, afirmou o delegado. “E a Lava Jato sempre age baseada em fortes indícios, em provas contundentes e propiciando que o MPF faça denúncias baseadas em fatos concretos, que o Poder Judiciário possa julgar com abundância de provas, condenando quem tem que ser condenado e absolvendo quem tem que ser absolvido”, completou.

Nos diálogos, publicados pelo jornal Folha de S. Paulo nessa segunda-feira (23), Machado e Jucá discutem formas de frear a operação. Um dos fatores cruciais, de acordo com as conversas, é a troca de governo, através do impeachement da presidente Dilma Rousseff (PT).

Essa não é a primeira vez em que se fala de abafar a Lava Jato. Na delação do ex-senador Delcídio do Amaral há depoimentos de uma tentativa de interferir na operação através da nomeação do ministro Marcelo Navarro para o Superior Tribunal de Justiça (STJ). A nomeação teria como objetivo libertar através de habeas corpus os empreiteiros presos em Curitiba.