A doleira Nelma Kodama, presa na deflagração da Operação Lava Jato, em março de 2014, deve deixar nesta segunda-feira (20) a carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, onde está presa. A doleira vai passar a cumprir prisão domiciliar em São Paulo, utilizando uma tornozeleira eletrônica. Nelma foi condenada a 18 anos prisão pelo juiz federal Sergio Moro na segunda sentença referente à operação.
Nelma foi presa em flagrante tentando embarcar para Milão, na Itália, do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, com 200 mil euros não declarados escondidos na calcinha. Ela negociava um acordo de colaboração premiada desde o ano passado. Apesar de passar a cumprir prisão domiciliar, a colaboração ainda aguarda homologação do juiz federal Sergio Moro.
Ela é acusada de chefiar um dos quatro núcleos de doleiros descobertos nas investigações que levaram à deflagração da Lava Jato. Nelma também foi condenada por corrupção ativa, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e por operar instituição financeira irregular.
Polêmicas
Nelma Kodama é uma das personagens mais polêmicas da operação Lava Jato. Ela é a campeã de apelidos entre envolvidos na Lava Jato. Em operações financeiras e troca de mensagens, ela sempre utilizava codinomes de atrizes famosas, como Greta Garbo, Cameron Diaz ou Angelina Jolie.
Em 2014, foi presa com dinheiro na calcinha tentando embarcar para a Europa. Já presa em Curitiba, ganhou fama e a simpatia de policiais federais por um ato heroico atrás das grades: salvar a vida de um carcereiro que sofreu um ataque cardíaco em plena Superintendência da Polícia Federal no Paraná.
Em março de 2015, teve um Porsche Cayman, avaliado em R$ 200 mil, vendido no primeiro leilão da Lava Jato. O veículo foi apreendido na deflagração da operação.
Em dezembro do ano passado, escreveu uma carta para duas colegas de cela, que ficaram um dia presas na carceragem da PF por portarem notas falsas de dinheiro. Na carta, a assinatura de Nelma aparece como “Nelma Penasso Kodama, doleira da Lava Jato”.
CPI da Petrobras
A maior repercussão em relação à doleira, no entanto, foi a participação na CPI da Petrobras. Ela foi ouvida quando os deputados vieram à Curitiba realizar oitivas. Durante o depoimento, a doleira chegou até a cantar.
Questionada sobre seu relacionamento com o doleiro Alberto Youssef, a doleira revelou que foi amante dele entre 2000 e 2009. O momento da revelação foi marcado por descontração: Nelma começou a cantar um trecho da música “Amada Amante”, de Roberto Carlos. Outra situação engraçada ocorreu quando a doleira negou ter sido presa com 200 mil euros na calcinha. “Na verdade, foi nos bolsos de trás da calça”, disse, levantando e mostrando os bolsos, provocando risos.
A reportagem tentou entrar em contato com o advogado de Nelma, mas ele não foi localizado para comentar a saída da cliente da prisão.
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