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O procurador da República Roberson Pozzobon, que atua na força-tarefa da Lava Jato, disse nesta terça-feira (24) que os sistemas político e jurídico brasileiros deveriam estar em um Centro de Tratamento Intensivo (CTI). Pozzobon participou da coletiva de imprensa da referente à deflagração da trigésima fase da Lava Jato, que mirou contratos nas áreas internacional e de serviços da Petrobras.

“A trigésima fase da operação Lava Jato revela o quão alastrada, o quão disseminada é a prática de corrupção, que vai além do mercado da engenharia, que vai além de simples pagamentos por empreiteiras e também vai para o setor de compras e para diversos outros. A corrupção hoje é praticamente uma regra, infelizmente, nos contratos públicos”, disse o procurador.

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Pozzobon aproveitou a oportunidade para criticar a demora na tramitação do projeto Dez Medidas Contra a Corrupção, entregue em março ao Congresso com mais de 2 milhões de assinaturas. “Mesmo em um cenário calamitoso como esse nós vemos a inércia do Congresso Nacional em aprovar medidas legislativas que possam reverter esses quadros. Nós vemos um sistema político, um sistema jurídico que deveria estar em uma CTI, num Centro de Tratamento Intensivo, mas que por outro lado quase não há iniciativas legislativas nesse sentido”, disse o investigador.

O procurador do MPF disse ainda que o Congresso tem uma escolha a fazer, entre combater a corrupção ou ser conivente com ela. “Hoje o Congresso Nacional tem uma escolha por duas vias. Por um lado ele pode escolher ser uma casa de reabilitação e cura para esse sistema corrupto que infelizmente vivemos, ou por outro, pode ser uma casa que se mantenha leniente, que aceite a corrupção como regra no negócio público e a carteirização como regra nos certames públicos. Espero que a primeira via seja a adotada”, finalizou.

O auditor da Receita Federal Roberto Lima aproveitou a coletiva para combater o discurso de que a Lava Jato é partidária. “Nosso trabalho é um trabalho eminentemente técnico e que nós estamos agindo de maneira absolutamente distante de qualquer conotação política”, afirmou o auditor.