Da coluna Delações Não Premiadas, publicada nesta segunda-feira (4) na Gazeta do Povo:
A decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), de mandar soltar o ex-ministro Paulo Bernardo (PT) caiu como um balde de água fria na força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. Houve indignação entre integrantes da operação. “Todo o esforço da Lava Jato parece ter sido em vão”, disse um investigador, desanimado. O caso, embora tenha sido transferido para São Paulo, começou a ser apurado pela equipe do Paraná – que considera ter levantado provas robustas contra Bernardo, usadas pelos paulistas para prender o ex-ministro. A defesa do petista nega que ele tenha cometido irregularidades.
Malabarismo
Integrantes da força-tarefa consideraram que a decisão de Toffoli foi um “malabarismo jurídico”, já que ele concedeu um habeas corpus contra a decisão de um juiz de primeira instância que nem mesmo havia sido apreciada pelo juizado de segundo grau. Também houve quem questionasse a rapidez do ministro do Supremo. Aliás, circulou entre os investigadores um estudo da FGV Direito Rio mostrando que Toffoli leva em média 29 dias para analisar uma liminar. “Nesse caso [de Bernardo], foram dois dias”, afirmou o integrante da força-tarefa. Para soltar o petista, Toffoli argumentou que o pedido de prisão não tinha elementos concretos de participação de Bernardo no suposto esquema de corrupção.
Redução da pena
O ex-ministro José Dirceu tenta reduzir sua pena com leituras e prestação de serviços no Complexo Médico Penal (CMP), em Pinhais, onde está preso. Entre as leituras estão as biografias dos ex-presidentes da República FHC e Getúlio Vargas. A ocupação deles no presídio é cuidar da biblioteca.
Colaborou: Fernando Martins
Esta coluna entra em férias por três semanas. Até a volta!