A defesa dos irmãos Leandro e Leonardo Meirelles, réus da Lava Jato, informou ao juiz federal Sergio Moro que os acordos de colaboração premiada dos dois foram homologados pelo Supremo Tribunal Federal. Os irmãos firmaram acordos com a Procuradoria Geral da República (PGR), por envolverem pessoas com prerrogativa de foro nas investigações. Um dos políticos citado nos depoimentos é o presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB).
Segundo o advogado Haroldo Nater, a informação sobre a homologação foi repassada à defesa através da própria PGR. Os depoimentos, porém, ainda são mantidos sob sigilo. O advogado também confirma a homologação dos acordos dos réus Esdra de Arantes Ferreira e Pedro Argese Júnior.
Leonardo Meirelles é dono da empresa Labogen. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), em 2013 o laboratório firmou um contrato no valor de R$ 150 milhões com o Ministério da Saúde para o fornecimento de insumos farmacêuticos, mas o fornecimento nunca aconteceu.
Segundo as investigações, entre 2011 e 2014 US$ 444 milhões foram enviados para fora do Brasil de forma ilegal, através de contratos fictícios de importação para promover a lavagem de dinheiro. Para isso, eram utilizadas duas empresas no exterior, em Hong Kong e na China – controladas por Meirelles.
No seu depoimento ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, Leonardo Meirelles disse aos parlamentares ter comprovantes de depósitos de US$ 5 milhões que recebeu em suas contas no exterior e teriam como destinatário final o deputado Eduardo Cunha (PMDB), que responde a um processo no Conselho de Ética por quebra de decoro parlamentar.
Além de Leonardo Meirelles, os agora colaboradores Pedro Argese Junior, Esfra Arantes Ferreira e Leandro Meirelles também respondem a processos em primeira instância na Lava Jato. Eles são acusados de participar do esquema na Labogen junto com o doleiro Alberto Youssef.
Na primeira quinzena de maio estão marcados interrogatórios dos réus do processo na Justiça Federal de Curitiba.
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