Os brasileiros puderam ter uma amostra da verdadeira essência de Lula e do PT em 2005, quando estourou o Mensalão, um esquema de suborno petista para garantir maioria no Congresso Nacional. A partir de 2014, o Brasil conheceu uma face ainda mais sombria do PT, com a revelação do Petrolão pela Lava Jato: a corrupção endêmica não era ocasional, mas revelava alma do partido: um projeto de poder em que o fim justifica até meios ilegais, inescrupulosos e danosos.
Esses dois escândalos seriam suficientes para que o PT jamais merecesse os votos de qualquer brasileiro, mas em 2022, após uma manobra do STF que anulou as condenações de Lula, permitindo sua candidatura, um consórcio de imprensa, intelectuais, celebridades e elites políticas vendeu a ideia de que Lula e o PT eram os salvadores da democracia, os únicos capazes de derrotar Bolsonaro.
Aqueles que conheciam Lula e o PT e alertavam sobre os perigos da volta dessa turma ao poder sabiam o que aconteceria: o compromisso com a democracia seria descartado assim que assumissem o poder. Nesta semana, dois eventos da geopolítica mundial — as eleições na Venezuela e a posse do novo presidente do Irã — expuseram a verdadeira natureza de Lula e do PT: extremistas de esquerda autoritários, com tendências corruptas e desprezo pela democracia.
No caso da Venezuela, o Brasil enviou o assessor especial de Lula, Celso Amorim, a Caracas. Foi recebido com alegria pela ditadura de Maduro, enquanto as fronteiras do país foram fechadas e autoridades estrangeiras, como ex-presidentes latino-americanos, foram impedidas de entrar para fiscalizar as eleições.
O compromisso com a democracia seria descartado assim que assumissem o poder
Apesar de a oposição reunir cerca de 73,2% das atas eleitorais, confirmando uma maioria esmagadora para o candidato oposicionista Edmundo González, o governo venezuelano insistiu na farsa, declarando a vitória de Maduro com 51,2% dos votos, números em que ninguém da comunidade internacional, nem mesmo o Brasil, acreditou. A OEA, a ONU, os EUA, a União Europeia e dezenas de países latino-americanos questionaram os resultados e apontaram a fraude.
E o Brasil? O Brasil de Lula envergonhou os brasileiros ao se alinhar ao que existe de pior no globo. O Itamaraty afirmou que “acompanha com atenção o processo de apuração” das eleições venezuelanas, divergindo de quase todo o mundo civilizado que repudiou veementemente a fraude de Maduro.
Logo depois, o PT parabenizou o povo venezuelano pela “reeleição de Maduro” em um processo “pacífico, democrático e soberano”. Alguém acredita que a nota do PT foi publicada sem conhecimento de Lula? Ela representa exatamente o que Lula pensa. Não que ele realmente acredite que houve um processo pacífico, democrático e soberano. Ele sabe que houve fraude. A manifestação indica mais uma vez que a tônica “o fim justifica meios ilegais” segue sendo a régua moral do partido e de Lula.
Do outro lado do mundo, imagens do vice-presidente Geraldo Alckmin na posse do novo presidente do Irã chocaram o Brasil. Alckmin apareceu amigavelmente ao lado de figuras ligadas ao terrorismo e ao antissemitismo mundial. Entre eles, estavam Mohammed Abdulsalam (porta-voz dos Houthis, do Iêmen), Zyad-Al-Nakhalah (líder da Jihad Islâmica), Naim Assem (vice-líder do Hezbollah) e Ismail Haniyeh (até esta semana, número 2 do Hamas).
Enquanto Alckmin participava do evento, os presentes gritavam “Morte aos Estados Unidos! Morte a Israel!”. Alckmin, usando equipamento de tradução simultânea, certamente sabia o que estava sendo dito e com quem estava. Chefes de Estado são previamente informados sobre os eventos que frequentam e com quem vão se encontrar.
Será que os assessores do governo Lula avisaram Alckmin que ele sentaria ao lado do mentor intelectual do ataque terrorista de 7 de outubro de 2023, que matou mais de 1200 israelenses e brutalizou centenas? Que apareceu em vídeo sorrindo e agradecendo à Allah pelo massacre de judeus? Que confessou usar civis palestinos como escudos humanos porque o Hamas precisa “desse sangue”?
Horas depois do evento, as Forças de Defesa de Israel atacaram um edifício do Hezbollah em Beirute, matando um de seus chefes, e um míssil israelense matou Ismail Haniyeh em sua casa no Irã. O Itamaraty, que não teve coragem de denunciar a fraude de Maduro, condenou a morte dos terroristas, chamando o Hezbollah de partido e Haniyeh de “chefe do Escritório Político do Hamas”.
Mensalão, Petrolão, terrorismo, violações de direitos humanos e ditaduras de esquerda. Tudo isso são faces de um mesmo fenômeno, de um mesmo modo de ver o mundo, segundo o qual a ilegalidade e o arbítrio se justificam para implementar uma ideologia de esquerda e “anti-imperialista”. No saco de meios e métodos ilegais, a escolha é só uma questão de contexto e conveniência. Assim como a defesa da “democracia” por Lula e o PT.
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