O último episódio de House acabou há pouco mais de uma semana no Brasil. Desde esse dia, 21 de junho, fiquei remoendo o capítulo sem saber ao certo se gostei ou não. Na verdade, vi um dia depois que passou nos Estados Unidos, 21 de maio, mas achei que depois que visse uma segunda vez, um mês depois, teria uma opinião mais sólida. Não deu certo. Continuo sem saber ao certo se foi bom ou ruim.
Bem, mesmo na dúvida, posso fazer algumas considerações. Primeiro, o fato do Wilson ter câncer – e apenas mais cinco meses de vida – me deixou triste. Cheguei a me emocionar nos dois episódios que antecedem o último, que focam na doença dele. Mesmo que sua morte não apareça no episódio final – fique apenas subentendida – é em torno dela que giram as ações de House.
Não considero que o médico sarcástico, mal humorado e genial tenha ficado bonzinho ou sentimental, como ouvi dizer, por ter largado tudo para curtir a vida com o melhor amigo. Mesmo que esse ato tenha provado que o que realmente importava para ele era a amizade do Wilson, acho que House foi, mais uma vez, ele mesmo. Mostrou que a sua própria vida não tem valor – nem a carreira nem a liberdade – e que sempre fará qualquer coisa, mesmo que moralmente condenável, para conseguir o que deseja.
O que me desagradou nessa parte foi a cena final, onde os dois seguem, sem rumo, de moto. Para uma série dramática, como ela se propôs ser desde o começo, os últimos minutos deveriam ter mais força.
Outro ponto decepcionante foi a digressão que ele faz enquanto está preso em um lugar pegando fogo. É válido um personagem denso como House colocar na balança tudo o que o atormentou a vida inteira, mas achei forçado ele ter tanto tempo para pensar enquanto tudo queimava.
Quem prestou atenção deve ter percebido que a conversa que ele teve com a ex-mulher, Stacy, também pareceu um pouco forçada. Além de dar entender que ele se arrependia por não ter tido um filho, ela diz que sabia que ele acreditava no amor. House acreditando em amor? Não me parece condizente com sua personalidade.
Outra falha, ao meu ver, foi a falta da Cuddy, que obviamente pela não disponibilidade da atriz, não deu as caras no final enquanto todos os outros personagem que foram importantes ao longo da série apareceram.
Mas, se diante de alguns pontos negativos não posso dizer que gostei do final, também não posso falar o contrário. Talvez isso se deva por gostar muito da série ou pelo respeito que devo ao meu amor pelo médico rabugento. De qualquer forma, rever daqui um tempo alguns episódios memoráveis, como “Derrotado” e “Me Ajude”, da sexta temporada, por exemplo, vão me fazer feliz e recompensada pelo grand finale não ter sido exatamente como eu esperava.