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Os humanos da série escapam de uma Terra doente e voltam ao passado
A última cena do episódio piloto de Terra Nova revela muito sobre o tom da nova fantasia televisiva produzida por Steven Spielberg. Zoe (Alana Mansour), a caçula dos protagonistas do seriado, pergunta assustada se a lua vai cair sobre ela. Como nasceu em um século 22 poluído demais para ver o céu durante a noite, mas agora voltou ao passado e convive com dinossauros, a menina precisa da ajuda dos pais para explicar-lhe o que é o astro. Depois da confusão, entre risos, a família resolve contemplar a lua cheia.
A ingenuidade presente na cena, que usa nosso satélite natural como metáfora rasa para uma mensagem ecológica (“valorize o meio-ambiente”), se estende por todo o primeiro episódio da série. Exibida pelo canal pago Fox às segundas-feiras, Terra Nova tem poucas pretensões além de ser bom entretenimento.
Pela honestidade com que abraça a diversão, o programa cativa o público rapidamente. Na trama, uma família comum luta para viver com as restrições da Terra em 2149. Apenas dois filhos são permitidos por casal, por isso Jim e Elisabeth Shannon (Jason O’Mara e Shelley Conn) lutam para manter em segredo Zoe, a terceira. Quando a menina é descoberta, o pai vai para a cadeia.
Cinco anos depois, a vida na Terra tem uma nova esperança com a descoberta de uma fenda que leva as pessoas à era jurássica. O local é chamado de Terra Nova e está recrutando famílias. Jim foge da prisão e com a mulher e os três filhos consegue passar pelo portal, que os transporta a 150 milhões de anos no passado. No novo mundo, os protagonistas precisam lidar com dinossauros e com as rotinas da sociedade comandada por Nathaniel Taylor (Stephen Lang, de Avatar).
As coisas acontecem de forma rápida nesse primeiro episódio. Evidentemente, a série encadeia mistérios para os outros 12 capítulos da primeira temporada (como desenhos misteriosos que são encontrados em uma cachoeira e os conflitos com um grupo de dissidentes da nova sociedade). Os efeitos visuais são bem convincentes e seguem o modelo de Jurassic Park (1993), a “bíblia” dos filmes de dinossauro, dirigido pelo próprio Spielberg.
Mas é importante lembrar que não estamos mais no início da década de 1990 e, portanto, a série não traz novidade pelos dinossauros em si. Os animais pré-históricos já foram tema de diversos outros programas, como O Mundo Perdido e Primeval, e não estão na moda como há 20 anos. Terra Nova deve manter o ritmo de entretenimento, mesmo que se apropriando de fórmulas narrativas batidas e ingênuas. O público, por sua vez, deve assistir à narrativa escapista com o encanto dos personagens da série que contemplam a lua no final do episódio piloto.
Texto publicado originalmente na coluna Sintonia Fina do Caderno G (17/10/2011)
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