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“A Árvore da vida” é um filme duplamente corajoso
| Foto:
Divulgação
Cena do filme “A Árvore da Vida”.

“A Árvore da Vida” é um filme raro. Por mais de um motivo. Um deles, o mais evidente, é a sua velocidade. Não é qualquer filme que para, durante 17 minutos, a narrativa de seus personagens, para mostrar imagens da natureza. Desde o minuto 22 até o 39 (a contagem é do Guardian) o que você vê na tela são imagens de vulcões, mares, planetas…

Isso por si só já mostra que se trata de um filme corajoso. E que qwuer fazer você pensar, não só se divertir. Coragem dupla num filme que tem de pagar o salário de gente como Sean Penn e Brad Pitt. E bancar os custos de uma produção nem um pouco barata.

Mas há mais um motivo de estranhamento. E até, pode-se dizer, de coragem. O filme é, em boa medida, uma metáfora religiosa. Todo ele faz referência ao livro de Jó que, aliás, está numa epígrafe logo antes da primeira cena.

Jó, no texto bíblico, sofre tremendamente, com vários golpes impostos pela vida, e passa a discutir com Deus sobre o seu estado, sobre o destino e sobre porque a humanidade sofre. O livro termina com uma aceitação por parte do personagem.

No filme, conta-se a história de um casal que perde um filho de 19 anos. E a partir daí os dois enfrentam o drama da morte precoce, do sofrimento, da perda. O irmão do garoto também passará a vida pensando nisso.

E o curioso, aqui, é que Terrence Malick, o diretor, não segue o caminho do ceticismo, ou da crítica à religião, que talvez fosse mais comum em um filme do gênero. O caminho parece ser mesmo o da aceitação. O filme, inclusive, termina com imagens que falam sobre Céu, vida após a morte, reencontro etc.

Não há dúvida de que se trata de um grande filme. Tudo é construído de maneira majestosa. As imagens lindas, a música deslumbrante, os bons atores, o roteiro. No entanto, é um filme que provavelmente vai desagradar a boa parte da plateia , seja por sua lentidão (que às vezes é quase irritante), seja pela sua visão de mundo.

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