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Alegria no coração de El Djazira

Georges Martin/Wikimedia Commons
As montanhas de Djurdjura.

No ano que passou, como sempre faço, dei uma olhadinha em quem eram os escritores cotados para levar o Nobel. Tem sempre vários nomes desconhecidos lá no meio. E uma que eu nunca tinha lido (nem sabia quem era) é Assia Djebar.

Na verdade, o nome dela é Fatima-Zohra Imalayan. É uma argelina, que desde 1995 vive nos Estados Unidos. Tem 76 anos e é conhecida como romancista. No mundo árabe, parece que é bem conhecida, até.

É difícil achar coisas dela por aqui, mesmo em inglês. Achei um poeminha interessante, escrito em 1960 e publicado em 1962, bem na época da independência da Argélia, que antes era francesa.

É estranho para a gente ver todos esses nomes. Mas são regiões da Argélia. Pus uma foto de Djurdjura, por exemplo, para mostrar que é uma cadeia de montanhas que tem veve (e eu que achava que só tinha areia por lá!).

O amis importante para o poema, porém, é a expressão “El Djazira”. É a mesma coisa que Al Jazeera, a tevê, pelo que vi. E quer dizer “a ilha”. Mas na verdade é uma expressão que significa a península arábica, o mundo árabe.

A tradução foi feita a partir do inglês, de um tal Pierre Joris.

Poemas para uma Argélia feliz

Neve em Djurdjura Arapucas de cotovias em Tikjda Tomates em Oaudhias Estou sendo açoitado em Azazga Um cabrito pula no Hodna Cavalos disparam em Mechria Um camelo sonha em Ghardaia

E meus soluços em Djemila O grilo canta em Mansourah Um falcão voa sobre Mascara Marcas de fogo em Bou-Hanifia

Sem perdão para Kelaa Sicômoros em Tipaza Uma hiena sai em Mazouna O carrasco dorme em Miliana

Logo a minha morte em Zemoura Uma ovelha em Nedroma E um amigo perto de Oudja A noite chora em Maghnia

Minha agonia em Saida A corda em torno do pescoço em Frenda De joelhos em Oued-Fodda No cascalho de Djelfa

Presa dos lobos em M’sila A beleza do jasmim em Kolea Rosas de jardim de Blida Na estrada para Mouzaia

Estou morrendo de inanição em Medea Um rio seco em Chellala Uma maldição em Medjana Um gole de água em Bou-Saada

E meu túmulo no Saara E então soa o alarme em Tebessa Olhos sem lágrimas em Mila Que balbúrdia em Ain-Sefra

Pegam em armas em Guelma Um dia brilhante em Khenchla Um assassinato em Biskra Soldados em Nementcha

A última batalha em Batna Neve em Djurdjura Arapucas de cotovias em Tikjda Tomates em Oaudhias

Um clima festivo no coração de El Djazira

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