De tempos em tempos, surgem discussões sobre os limites do que é e do que não é arte. A nova disputa sobre o assunto tem a ver com o seu telefone celular – ou, mais exatamente, com os antigos pagers que vieram antes dos telefones portáteis.
Você pode não se lembrar, mas antes dos celulares, a moda era se comunicar por pagers. Você ligava para uma operadora (um intermediário), ditava a mensagem e ela era transmitida em forma de texto para um aparelho.
Para tornar as mensagens mais agradáveis, a operadora japonesa NTT DoCoMo encomendou ao designer Shigetaka Kurita símbolos que transmitissem ideias e emoções. Foram criados ali os 176 primeiros emojis.
Na época, a limitação técnica dificultava qualquer design mais sofisticado. Eram 12 pixels por 12 e, assim, os desenhos às vezes mal lembram algum objeto. Mesmo o formato do rostinho sorridente, hoje o mais usado, era apenas um retângulo longo com dois triângulos em cima.
A discussão sobre arte? É que o MoMA, o Museu de Arte Moderna de Nova York, um dos mais relevantes do mundo no que diz respeito à arte contemporânea, comprou os 176 emojis originais japoneses para seu acervo permanente.
Claro que a compra tem aspecto comercial: chama a atenção. De fato, saiu em todos os jornais e revistas que cobrem arte. Mas e o valor artístico, existe?
Jonathan Jones, crítico de arte do britânico Guardian, diz que o MoMA está fazendo meramente um jogo baixo, tentando se equiparar à Tate Modern e baixando seu padrão para enfrentar a concorrência com novidades simplórias.
“Tecnicamente, o MoMA está correto (em chamar os emojis de arte). Mas ninguém que visitou o MoMA em seus melhores anos reconheceria esse onívoro mostruário contemporâneo, que acha graça em tudo, e que sugere que todas as coisas têm o mesmo interesse e valor”, diz ele.
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