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Fischer-Dieskau: de prisioneiro de guerra a lenda musical

Na última sexta-feira, morreu um dos grandes nomes da música clássica do século 20. Dietrich Fischer-Dieskau foi um barítono dos melhores. Entre seus méritos incontáveis está o de ter conseguido passar por repertórios dos mais variados, indo do barroco à música moderna, passando principalmente pelos românticos.

É tido como um dos grandes intérpretes de Schubert, tendo ficado famosa a sua interpretação do ciclo de canções Winterreise. Cantou canções de Hugo Wolf, Debussy, de Bach a Alban Berg. Também fez ópera, cantando papéis de Wagner e Verdi. Em tudo, sempre elogiado como o melhor de seu tempo, talvez um dos melhores de todos os tempos.

Foi eleito o segundo cantor mais importante do século 20 por uma pesquisa com críticos no Reino Unido, perdendo apenas para Jussi Björling. No mínimo, merece que se pare para ouvir algo dele, como homenagem e como chance de conhecer o que de melhor se fez em nosso tempo.

A vida de Fischer-Dieskau foi atribulada. Quando era garoto, foi convocado para combater pela Alemanha na Segunda Guerra Mundial (e sempre nos esquecemos que, no fundo, o exército nazi era composto também por gente que nada tinha a ver com o peixe…) Alimentou cavalos no front russo. Seu irmão morreu de fome na guerra.

Ele próprio foi capturado e virou prisioneiro de guerra dos norte-americanos.

Mais tarde, passada a guerra, se transformaria em um dos primeiros músicos alemães a se apresentar em Israel, no esforço, talvez, de reconciliação que já dura tanto tempo.

Fica aí a pequena homenagem do blog. Depois, ponho mais trechos dele.

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