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Ideia da semana: Nosso corpo aceita extensões
| Foto:
Antonio Costa/Gazeta do Povo
Nicolelis: corpo “com extensões”.

Miguel Nicolelis, o genial cientista brasileiro que está prestes a fazer paraplégicos andarem novamente, diz que nosso corpo não precisa se limitar àquilo que faz parte dele desde sempre.

Ele aceita extensões. Ou seja: nosso cérebro consegue interpretar algum objeto que esteja ligado ao nosso corpo como se fosse efetivamente parte do que nós somos.

Segundo ele, há vários exemplo. Desde os mais simples (e que podemos imaginar sozinhos), como a bola de futebol no pé de um craque. Segundo Nicolelis, a bola “faz realmente parte” do corpo dele naquele momento.

Nicolelis afirma que colegas seus já provaram, por exemplo, que macacos conseguem considerar ferramentas como extensões de si mesmos.

Quando usam um objeto acoplado à mão para alcançar comida, por exemplo, que está longe deles, o cérebro deles, inspecionado por monitoramento eletrônico, reage como se o braço “tivesse ficado maior”.

Outro exemplo mais interessante. Imagine alguém que perdeu a mão. Muita gente sofre com a dor de um “membro fantasma”, que não está mais lá. E o motivo pode ser que a mão perdida está, na cabeça do sujeito, fechada, como se em permanente posição de flexão.

Para relaxar a mão inexistente, os médicos usam uma caixa com um espelho. O sujeito põe a mão que restou na caixa, e vê como se fossem as duas. Ao abrir a mão verdadeira, veem no espelho a “mão fantasma” abrir também, relaxam, e param de sentir a dor…

Nicolelis diz que a coisa vai mais longe. Que pessoas muito queridas a nós podem fazer parte de nosso corpo. E que quando algo ocorre a elas, sentimos porque efetivamente elas estão tão próximas que nosso organismo as incorpora como parte de nosso sistema.

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