Saiu nos Estados Unidos um livro que parece tremendamente interessante para descobrir como é que a gente pensa. Um psicólogo da Universidade de Virgínia fez um estudo para saber como aceitamos argumentos e como formulamos o nosso próprio raciocínio.
O nome do livro já é bem interessante. Em inglês é “The righteous mind – Why good people are divided by politics and religion”. Em português seria algo como “A mente honesta – Por que pessoas boas dão separadas pela política e pela religião”. Até onde saiba, o livro ainda não tem previsão de sair por aqui.
O ponto principal da argumentação de Haidt é que, antes de sermos racionais, somos intuitivos. Em termos técnicos, o que ele parece dizer é que, analisando o cérebro de alguém ,quando você faz uma pergunta moral, primeiro o sujeito dá a resposta, bem rapidamente. Depois é que para raciocinar e entender porque respondeu assim.
Desse jeito, nosso pensamento não serve para descobrir a resposta mais correta. E, sim, para justificar uma resposta que, desde o começo, já considerávamos como certa. A nossa racionalidade, assim, é bem menos aberta a novos raciocínios do que costumaríamos imaginar.
Quando você põe em termos sociais o que Haidt está afirmando, significa que dificilmente nós “ouvimos” os argumentos de alguém que pense diferente de nós. Se você é um liberal e um conservador tenta te convencer de algo, o primeiro impulso é considerar, de pronto, que ele está errado, e que os argumentos estão errados. O raciocínio elaborado servirá apenas para embasar isso. O mesmo serve, é óbvio, para o sentido oposto.
Haidt aparentemente foi levado a fazer o livro por causa da política norte-americana e dos problemas que o partido em que ele costuma votar, o Democrata, de Barack Obama, tem para fazer um discurso “moral” convincente para, digamos, o “outro lado”.
Uma das conclusões de Haidt, por exemplo, é de que a direita acaba tendo um cardápio mais variado de temas morais para discutir, e por isso usa mais esses assuntos na campanha.
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