A aprovação da união civil homoafetiva pelo Supremo Tribunal Federal brasileiro, neste ano, pareceu dividir os debatedores entre duas posições: os que achavam que a instituição deveria caber só a heterossexuais e os que acham que o Estado deveria reconhecer também uniões homossexuais.
Mas existe uma terceira opção que vem sendo discutida. E que seria a de colocar fim a qualquer possibilidade de “casamento no civil”. Ou seja: há quem defenda que o casamento não poderia ser regulado pelo Estado.
Um dos que defendem a proposta, por exemplo, é o articulista norte-americano Michael Kinsley. Ele fala numa “privatização do casamento”.
O pessoal que defende essa ideia parece, normalmente, ser da direita mais à direita: o libertarianismo. A ideia deles é de que o Estado deve se intrometer o menos possível na vida dos indivíduos. Regular uma relação baseada em afeto? Para eles, soa quase absurdo.
Veja um trecho de Kinsley, reproduzido no livro Justice, de Michael Sandel:
“Deixe que as igrejas e outras instituições religiosas continuem a oferecer cerimônias de casamento. Deixe que lojas de departamentos e cassinos façam isso, se quiserem. Deixe que os casais celebrem a sua união de qualquer modo que eles escolham e que se considerem casados quando quiserem… E, sim, se três pessoas quiserem se casar, ou uma pessoa quiser se casar consigo mesma, e se outra pessoa quiser conduzir a cerimônia e declará-los casados, deixe eles.”
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