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Joyce Carol Oates tem a fama de ser uma escritora, digamos, mórbida. Dwight Garner, crítico do New York Times de literatura, conta uma história engraçada sobre isso.

Ele diz ter lido um romance (cde cujo título não lembra) em que uma personagem feminina só lê Joyce Carol Oates.

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Um rapaz chega à casa dela, interessado na moça. Olha as prateleiras e vê aqueles romances todos da mesma escritora. Rapidinho, dá no pé.

“Uma moça que só leia livros de Oates deve ter uma personalidade… intensa”, resume ele.

Sempre ouvia falar de Joyce Carol Oates como uma possível ganhadora do Nobel (será que este ano ela leva?) E decidi ler um livrinho de contos dela para começar.

E é preciso dar razão ao crítico. Ela, realmente, assusta. O conto do título, por exemplo, Meu querido marido, é um bilhete de suicida de uma mulher que, antes de morrer, leva com ela todos os filhos.

Há histórias igualmente tétricas no livro. Uma delas conta como um estudante estrangeiro, bêbado, acabou caindo numa lixeira, sendo levado até um aterro e soterrado por detritos até a morte.

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Mais bizarro? Os dois contos acima são baseados em histórias reais ocorridas nos Estados Unidos.

Nem todos são tão drásticos. Há, por exemplo, a história de um velho e respeitado cientista nos anos 50 que cai em desgraça quando se descobre que ele vê revistas pornográficas.

E alguns são quase engraçados, como a história de um leitor estúpido, ex-presidiário, que fica escrevendo para ela (Joyce Carol) pedindo que ela escreva um livro sobre ele.

Tudo muitíssimo bem escrito, inteligente… e de uma morbidez realmente impressionante.

O livro mais famoso dela no Brasil, A filha do coveiro, pelo que me contam, é uma tragédia ainda mais escabrosa (como aliás o título já faz entrever).

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E a mente dela parece produzir histórias desse tipo como nenhuma outra. A mulher está perto de publicar o centésimo livro e não parece que vá parar.

Para quem gosta, é um prato cheio.

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