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Livro da semana – O emblema vermelho da coragem

Divulgação
Stephen Crane, autor de “O emblema vermelho da coragem”.

Poucos livros clássicos norte-americanos são tão clássicos quanto esse. O emblema vermelho da coragem é um daqueles livros obrigatórios para estudantes nas escolas, referência para críticos, tema de filmes e tudo o mais que você imaginar.

O que espanta em tudo isso é que o autor do livro era um rapaqz que jamais chegou a completar 30 anos de idade. Stephen Crane publicou a obra em 1895, quando tinha 25 anos de idade. Morreu em 1900, aos 29.

O romance não era o primeiro dele, mas foi que lhe trouxe fama. E mantém Crane como um dos grandes romancistas de seu tempo.

No Brasil, por um longo tempo o título mais famoso ficou sendo “A glória de um covarde”, por causa da adaptação famosa de John Huston (que, por sua vez, deu origem ao livro “Filme”, de Lilian Ross).

A trama é bastante simples: fala de um jovem, de 18 anos, Henry, que decide se alistar no Exército para lutar na Guerra da Secessão. O leitor segue a história desde o momento em que ele conta isso para sua mãe, tentando parecer um herói, até o campo de batalha.

A grande dúvida de Henry, durante os treinamentos, é se ele se portará bem no campo de batalha ou se fugirá. E mais tarde ele realmente foge correndo quando seu regimento encontra os Confederados.

Descobre depois que fugiu à toa: o Norte, que ele defende, ganhou a batalha. De vergonha, fica longe do batalhão. Passa por várias pessoas e, sem bem saber por quê, é atacado por um soldado em pânico que lhe abre uma ferida na cabeça.

Acaba voltando ao Exército por fome e sede e todos acham que o ferimento foi causado pelo inimigo. A partir daí, o comportamento de Henry muda e ele se comporta como se esperava de um soldado, com bravura, etc, etc.

O bacana do livro é como Crane consegue mostrar de maneira crua a guerra, num período em que os americanos ainda estavam curando as feridas de uma história que quase dividiu o país em dois, para sempre.

As mortes são cruéis, como toda morte. Os ferimentos são descritos de maneira crua, mas fica claro o quanto aqueles meninos sofrem. E, principalmente, você percebe que são só garotos, com medo, fome, e tudo mais, querendo sobreviver no meio daquela desgraça toda.

No meio disso tudo, a discussão sobre coragem, covardia e heroísmo. Tudo descrito com simplicidade e precisão.

Serviço

O emblema vermelho da coragem, de Stephen Crane.

A Companhia das Letras acaba de lançar uma nova edição do livro, em tradução de Sérgio Rodrigues.

Tem 212 páginas e custa R$ 25,00.

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