Hoje em dia qualquer adolescente usa a palavra “Meme” para designar aquelas coisas virais que se propagam por Facebook, por exemplo. Como um desenho engraçado, uma piadinha que um amigo manda para outro ou até correntes baseadas em um símbolo criado por alguém. Dia desses, me falaram, porém, o que pra muitos de vocês pode não ser novidade: que isso derivou de uma teoria do biólogo Richard Dawkins.
Dawkins é um evolucionista britânico que ficou famoso não só como um competente seguidor de Darwin mas também por ser um polemista de sucesso, fazendo campanhas pelo ateísmo que deram o que falar em anos recentes. Mas o que vem ao caso aqui é que em um livro dele (que admito não ter lido), chamado “O gene egoísta”,ele expõe essa teoria dos memes. Que na verdade tem uma relação meio tênue com as brincadeirinhas de Facebook, mas tem.
A ideia de Dawkins parece ser a de que, assim como herdamos informação genética de nossos antepassados, também somos recipientes de teorias, ideias, pensamentos que vêm igualmente de longe. E assim como a unidade básica de transmissão de informação genética é o “gene”, a informação cultural se propagaria por uma unidade mínima chamada “meme”.
Ou seja: pegue um provérbio, por exemplo. Algo que é repetido geração depois de geração e que uma criança ouve desde seu primeiro contato com a família. Isso é um meme. Assim como, em outro exemplo, uma frase filosófica famosa, repetida por séculos, como “penso, logo existo”, ou “conhece-te a ti mesmo”.
Jingles, filmes, frases, ideias em geral: tudo pode ser um meme. E como acontece com os genes, eles também têm uma seleção natural. Certas ideias têm maior propensão a se propagar e a ser longevas. E isso, parece, não tem relação direta com o fato de essas ideias serem mais “verdadeiras’ do que outras.
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