Um dos efeitos benéficos da Olimpíada é o de contribuir, ainda que indiretamente, para a redução do racismo e aumentar a tolerância entre pessoas de diferentes etnias.
Claro que sempre há imbecis como o que atacou a judoca brasileira Sarah Menezes por ser negra. Mas esse é justamente o resíduo que, a longo prazo, os Jogos ajudam a eliminar. E a curto prazo também.
Um exemplo clássico disso está na fantástica história de Jesse Owens, o norte-americano que venceu quatro provas na Olimpíada de 1936, em Berlim, que o partido nazista pretendia usar como prova da superioridade dos arianos. Owens, negro, calou Hitler, que deixou o estádio após suas vitórias.
Mas nem é disso que estou falando. Não é preciso que você seja um nazista para ser influenciado pelo ranço de racismo que há em nosso país e no mundo em geral. Queira ou não queira você deve ter sido influenciado em algum momento de sua vida pela cultura de achar que certa “raça” é inferior a outra. Principalmente no caso dos negros. Pois bem. Na Olimpíada, todos são iguais. E esses mitos de superioridade se desmontam.
Malcolm Gladwell, o ensaísta norte-americano que acha exemplos para provar suas teorias excêntricas, escreveu no livro “Blink” a história de como é possível testar se alguém é racista mesmo sem querer. Aplica-se um teste com imagens de pessoas e você, imediatamente, é obrigado a associar palavras soltas com imagens de pessoas que são exibidas rapidamente. O “Teste de Associação Imediata” serve para medir racismo inconsciente.
Gladwell conta que um sujeito fazia o teste repetidas vezes e, por mais que tentasse evitar, sempre acabava descobrindo, no fim, que havia associado mais palavras ruins às imagens de negros, como se fosse impossível driblar se inconsciente. Até que um dia, sem saber por que, pela primeira vez tudo mudou. Só mais tarde ele percebeu o motivo: ele havia passado a manhã assistindo aos Jogos Olímpicos…
PS: Me contaram esses dias que apareceu agora, finalmente, o primeiro branco a correr os 100 metros abaixo de 10 segundos. Curioso, não? Mas, claro, nunca quer dizer que os brancos sejam “inferiores”, nem nada. Essa é a beleza do esporte!
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