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Les Murray, o poeta oficial do blog por esses tempos, tem essa bela peça sobre o dinheiro. Uma bela crítica, mas ao jeito dele.

Veja aí e releve os problemas eternos de tradução.

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O verde bacana

Dinheiro apenas um meio para nossos fins?
Não. Nós somos termos em sua lógica.
O dinheiro é um alienígena.

Milhões comem lixo sem ele.
O dinheiro também pode ficar faminto
mas mesmo aí nós morremos por ele,
então quem é o servidor?

Suas formas mais fracas usam disfarce retro
retratos sutilmente coloridos gravados
de reis, empreendedores, mulheres com chapéu da liberdade,
senhores da guerra que puseram no mapa novas nações –

mas o dinheiro nunca é visto nu.
Cartões de crédito, barras, simples números,
eletrônicos, em arquivos e colunas
são simples expressões dele,
e nós somos os genitais do dinheiro.

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Quanto mais invisível o dinheiro
mais vasta e rápida é sua ação
nos trocando por shopping centers,
nos reescrevendo como cidades e estilo.

Se eu fosse rei, quão frequente
meu resultado sairia coroa?
Só metade das vezes
mesmo? Com todas as minhas cabeças decepadas?

Nossos sonhos acordados têm dinheiro em toda parte
mas em nossos sonhos dormindo
ele é estranho e raro.

Como o dinheiro levou a vida longe
da poesia, da ideologia, da religião?
Ele não queria nossas almas.

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