Depois de pequena pausa, mais um poema em prosa de Tomas Tranströmer. Dessa vez, narrando um furacão na Islândia. Mês que vem o sueco recebe o Nobel. Vejamos:
Furacão Islandês
Não um terremoto, mas um tremor do céu. Turner podia tê-lo pintado, pendurado por cordas. Uma única luva rodopiante passou agora mesmo, há muitas milhas de sua mão. Encarando a tempestado, eu estou indo para aquela casa do outro lado do campo. Eu me agito com o furacão. Eu estou sendo radiografado, minhas mãos de esqueleto no botão de descarga. O pânico cresce enquanto eu mudo de curso, estou naufragando, estou naufragando e me afogando em terra seca. Que pesado é, tudo que eu repentinamente tenho de carregar, como é pesado para a borboleta rebocar um barco! Finalmente lá. Um último assalto de luta com a porta. E agora dentro. Atrás da imensa vidraça. Qjue estranha e magnífica invenção é o vidro – estar perto sem ser atingido. Fora uma horda de farpas transparentes de tamanhos gigantescos corre pela planície de lava. Mas eu não me agito mais. Eu sento atrás da vidraça, parado, meu próprio retrato.
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