Os musicólogos e fãs ingleses estão comemorando o fato de que, pela primeira vez na história, foi finalmente encenada inteira a famosa ópera em que Karlheinz Stockhausen, um ousado vanguardista da música no final do século 20, colocou um quarteto de cordas, literalmente, para voar.
A ópera, chamada “Quarta-feira da luz”, foi encenada em Birmingham. Antes, trechos já tinham sido montados. Mas a montagem competa exige, acima de tudo, um esforço logístico. Principalmente pela necessidade dos quatro helicópteros.
A parte do quarteto de cordas em helicópteros é apenas uma das quatro cenas da ópera, que dura seis horas e foi montada em uma antiga fábrica. Nas outras cenas, há partes igualmente estranhas, como a cena em que um camelo defeca planetas e é cotado para ser o novo presidente da galáxia.
A música é altamente de vanguarda. Segundo os críticos que assistiram à apresentação, a parte dos helicópteros, embora célebre, é a de menor interesse artístico. A música, dizem eles, para quem gosta, claro, é bastante boa e faz segurar as seis horas de encenação.
Curioso é que a ópera faz parte de um ciclo gigantesco: são sete peças, uma para cada dia da semana. Nunca o ciclo completo foi encenado, mas pelo menos agora cada uma delas, individualmente, saiu do papel.
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