GRAVIDEZ E SEXUALIDADE – parte 1
“Desde o princípio da evolução, sempre que influenciamos a vida das outras pessoas, criamos mecanismos de sintonia que nos aproximam uns dos outros, formando grupos familiares. Sempre que interferimos na vida de alguém, imantamo-nos a essa pessoa como se fôssemos planetas a orbitar uns em torno de outros.”
(Américo Marques Canhoto – do Livro: A reforma Íntima Comeca no Berço, Editora EBM)
Conversando com Antonio…
“Filho,
Quero lhe falar um pouco sobre sexualidade na gestação.
Talvez você encontre uma pessoa legal, se case e resolva ter filhos.
Se isto acontecer, lembre-se que toda gestante passa por uma transformação hormonal intensa que pode afetar ou não o relacionamento do casal.
Quero, em especial, te falar um pouco sobre as alterações na libido. Isto significa ter mais ou menos atração e interesse sexual pelo seu parceiro. No meu caso, houve uma baixa neste interesse que me incomodou profundamente. E, consequentemente, seu pai e eu tivemos muitos atritos neste período.
Mesmo com todo amor que sentimos um pelo outro, houve momentos de incompreensão e intolerância, mas que no final das contas, depois de muita conversa, acabavam se resolvendo.
É preciso ter maturidade e tratar disto com calma, muita calma, mesmo porque, é uma fase e passará.
Mas enquanto ela existir, a gestante precisa de amor, carinho, respeito e paciência, muita paciência por parte do seu parceiro e ambos entenderem que gerar um filho vai mexer muito com seu mundinho.
E mais, se o cuidado um com o outro deixar de ser exercitado desde o início da gravidez, isto poderá provocar rupturas quase sempre dolorosas gerando sequelas para o resto da vida.
Sabe, filho, respeito e diálogo são tesouros que precisam ser cultivados, mantidos e bem cuidados dentro de um relacionamento.
Se não conseguirmos manter estes tesouros de forma franca e sincera muitos dos nossos projetos e sonhos a dois se desmoronam. Cairão na mesmice das reclamações que você acabará ouvindo de outros casais com os quais, com certeza terá amizade.
A sensação que tenho é que alguns destes casais estacionam a emoção de seus relacionamentos na adolescência onde ainda encontram-se confusos e imaturos para perceber, entender ou assumir responsabilidades que a nova condição exige. E acabam se comportando como crianças birrentas.
Provocam brigas e discussões porque ainda posicionam-se como filhos, esquecem que a condição agora é de marido e mulher e que daqui a pouco será de pai e de mãe e que uma condição somar-se-á à outra e não a substituirá.
Filho, entenda, quando as dificuldades com o outro surgem, muitos querem voltar para a “casa da mamãe” isto é, recusam-se a crescer e optam pelo que acreditam ser “mais fácil”.
Entenda que, a partir do momento em que você decidiu constituir um lar, uma família, a casa dos pais poderá servir de vez em quando de um refúgio, um porto seguro e não uma moradia permanente.
Lembrar sempre que, você e seu par, são pessoas diferentes, com histórias de vida diferentes e que possuem diferentes maneiras de enxergar a mesma coisa.
Aprenda a crescer e a amadurecer nesses momentos, aprenda a fortalecer o seu relacionamento onde alguns não suportam e desistem.
Aprenda o sentido do amor verdadeiro para viver feliz com a pessoa que escolheu e caminhar ao seu lado…
Te amo, meu filho, Deus te abençoe.”
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