O grande segredo para a plenitude é muito simples: compartilhar
(Sócrates)
A respeito da maternidade…
Sempre pensei em ter um filho. Ou melhor, uma filha. Não me sentia adequada para ser mãe de um garoto. Achava, que por se tratar de uma menina, saberia entender e lidar melhor com o universo feminino.
Todas as vezes que eu pensava nesse momento da maternidade, alguma coisa acontecia para me levar longe dele.
Aos 33 anos, enquanto eu fazia planos e exames para que meu desejo se realizasse, meu ex-marido me surpreendeu com a decisão da separação.
Meu mundo caiu! Separar, por quê? O que é que deu errado que eu não havia percebido?
Enfim, durante quase dois anos passei por períodos de depressão.
Vivi a culpa pela falência do casamento.
Fiz horas e horas de terapia até aceitar a separação e entender que o problema não era apenas meu.
Sofri muito, não vou negar, mas pessoas teimosas como eu precisam experimentar a dor emocional para provocar crescimento e amadurecimento…
E naquela fase de minha vida entendi que foi preciso ser assim. Não era mais uma jovenzinha desiludida.
Estava com 36 anos quando um novo amor surgiu.
Mais três anos ainda se foram, e chegar aos 40 sem a possibilidade de ser mãe me angustiava.
Sei lá, quando a gente nasce com isto na nossa programação fica difícil trocar o chip!
Mas a cada ano que passava, percebia meu desejo sufocado, distante e pior: eu estava ficando mais velha!
Então, resolvi compartilhar meus sentimentos no meu seio familiar.
Ouvi e senti reações adversas ao meu intento, desanimadoras algumas, apoiadoras outras.
Mas no fundo o que havia era um enorme carinho e preocupação comigo e com o meu futuro.
Minha família é de descendência italiana, portanto, numerosa.
Tinha, naquele momento, muitas tias e primas conhecedoras da minha história de vida e dos altos e baixos que eu já havia passado.
Algumas me questionavam se era isto mesmo que eu queria, porque:
“ – Um filho é para o resto da vida e cuidar gera uma responsabilidade enorme que exigirá muito de você!”
Outras aconselhavam-me a fazer cesariana ao invés do parto normal.
Cheguei até a ouvir que esquecesse de uma vez essa história por causa da minha idade.
Acredito que algumas mulheres tenham passado por situações parecidas, ouvindo prós e contras vindos de todas as direções, mil conselhos, mil sugestões.
No meu caso, pude perceber que toda esta conversa ao redor da minha possível futura gravidez dava-me a certeza de que estariam ao meu lado, fosse qual fosse a decisão que eu tomasse.
De alguma forma, Deus continuava adiando meus planos…e eu, morrendo de medo de ficar velha demais nesta “encadernação” para ser mãe.
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