A família, na condição de grupo consanguíneo, está formulando um vigoroso pedido de socorro à sociedade em geral.
Esse S.O.S. alcança as mentes e os corações, convidando à reflexão e à ação imediata no dever e no bem;
à seriedade no que tange aos compromissos domésticos;
à renúncia em benefício da prole;
à abnegação, ampliando as áreas do amor no lar;
ao respeito recíproco dos cônjuges, que se comprometeram educar o clã feliz..
(Joanna de Ângelis – S.O.S. Família)
Conversando com meu filho…
“Domingo, 28 de março de 2004
Enquanto preparo o molho para uma macarronada, Antonio vira um pote de fubá dentro de uma caneca cheia d’água.
Está em pé, em cima de uma cadeira com a barriga encostada na pia e a torneira aberta jorrando água!
Ele ajudou-me a cortar os tomates, “lavou” a louça e passou um pano na pia.
De alguma forma é organizado em sua bagunça.
Ouvimos Luiz Melodia – “Cara a Cara” – ele dança e chacoalha a cabeça enquanto tenta abrir a torneira que acabei de deixar bem fechada.
Mexe a mistura da caneca com uma colher de pau e diz:
“- Experimentar!”
Vai resmungando uma porção de palavras, tomba a cabeça para trás e com a colher na boca diz:
“-Gubi, gubi, gubi.” A imitar o som de quem está fingindo beber alguma coisa.
Já está com dois anos e dois meses e cheio de graça.
Oferece ajuda sempre que vamos fazer alguma coisa.
Quando a moça que nos auxilia em casa chega, ele coloca-se como o maior colaborador: passa pano nos móveis, “ajuda” a tirar o pó do carpet, vai com ela lá para fora para estender roupa, e acha que está “abafando”!
Quer participar de tudo o que fazemos.
Seja para arrancar matinhos do jardim ou limpar nosso quintal, sai atrás para nos dar sua contribuição.”
Lições que aprendi…
Em dezembro de 2011, Antonio e eu tivemos a oportunidade de nos hospedar em Cascavel na casa do meu primo Israel.
Viajamos para assistir o casamento de outro primo, o Fabrício que, tanto por ele quanto pela sua irmã Patrícia, nutro um enorme carinho pelas nossas histórias de vida.
Cascavel naquele mês de dezembro estava ensolarada, fazia um calor que poucas vezes experimentamos em Curitiba.
O que para mim e para o Antonio foi o máximo.
Antonio chegou explorando a casa e seus vários cômodos.
Escadas que nos levavam a quartos e salas, um quintal enorme com piscina, davam a ele a sensação de um pequeno explorador em meio à tanta novidade.
Nunca me esquecerei do que Israel nos disse ao chegarmos em sua casa e perceber Antonio enchendo-se de exclamações por tudo o que encontrava:
“-Antonio, esta casa é grande sim, bonita também, mas antes de ser tudo isto, é uma casa cheia de amor.”
Educadamente ele chamou a atenção do meu filho para os verdadeiros valores de uma família.
Independente da posição que ocupa, ou dos bens que conquistou colocou um bem maior e duradouro no berço familiar.
Israel surpreendeu-me com o que disse ao meu filho.
E depois, ao conviver com sua família naquele curto espaço de um final de semana, pude ver o quanto era verdadeiro o que dizia.
Meu primo conseguiu construir um lar.
O carinho dos filhos e da esposa, a educação e o respeito dispensados comigo e com o Antonio foram presentes embalados com o mais fino e raro papel, enlaçados com a mais linda de todas as fitas, presentes que guardamos na gaveta das nossas doces e divertidas lembranças.
Foi um final de semana emocionante para mim, pela família do Israel, pela delicadeza com que meu primo Fabricio mencionou-me no discurso do seu casamento, pelo reencontro com muitos familiares que há tempos eu não via.
Família, que me sustenta, que me dá a base para manter meus pés firmes no chão, mesmo que minha cabeça às vezes viaje nas nuvens e nas estrelas.
Meu S.O.S. à vocês é e será sempre um pedido de amor.
Amor para ouvir, para falar, para aconselhar, para ensinar, para desviar o mal, para encaminhar no bem.
Amor que engrandece com o tempo, que num abraço se sente. Amor para viver, para lembrar, para nunca esquecer.
Amor de pai, de mãe, de marido, de esposa, de filhos, entre irmãos.
Sempre ele e só por ele.
Meu pedido de socorro é pelo amor. Dê a ele um lugar de honra em sua casa.
Faça desta casa, além de bonita, um verdadeiro e amoroso lar.
“Enquanto houver o sentimento de amor no coração do homem — e ele sempre existirá, por ser manifestação de Deus ínsita na vida — o matrimônio permanecerá, e a família continuará sendo a célula fundamental da sociedade.” (Benedita Fernandes)
Que o amor os abençoe,
obrigada por sua companhia.
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