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Adolescência (I) – Livro 2

“Penso que sendo o céu redondo,
um dia nos encontraremos…”

Cecília Meireles

É verdade, eu escrevi que : “o fim seria um novo começo…”
Então vamos a ele. Ao novo começo, é claro!

Domingo, 16 de junho de 2013, Curitiba…

Um dia chuvoso que não dá vontade de sair da cama.
Hoje levantei um pouco mais tarde que o habitual.

Durante a semana costumo levantar às 5:40.
Sou madrugadora, gosto de começar meu dia bem cedo.

Mas hoje é domingo, então levantei às 8:00!

Alexandre já tinha arrumado a mesa do café.
Como é gostoso acordar assim, com a mesa posta!

Conversamos trivialidades, comemos um pãozinho de óleo de oliva que eu havia acertado a receita e que estava delicioso!

Antonio demorou a levantar-se.
Normalmente não precisamos acordá-lo, mas hoje foi preciso reforços para tirá-lo da cama.

” – Mãe, tô com sono…” Resmungou ele bronqueado…
E continuou:
“- Quero dormir…”
Alexandre e eu brincamos, pulamos em cima dele, e nada!
Continuou com a cabeça debaixo do travesseiro resmungando do sono que ainda sentia…

Adolescência sinônimo de paciência.
Exige de mim muita calma, ponderação, conversas, negociações, limites postos e algumas vezes impostos.

Em alguns momentos destas negociações preciso controlar a adolescente que ora ou outra irrompe em mim e as impertinências instalam-se dos dois lados: do meu e do Antonio, numa verdadeira briga de galo!
E saiam da frente! Até que as coisas se acalmem.

Peço-lhe desculpas pelo meu desequilíbrio, ele também por sua intransigência, e assim vamos de adolescente para adolescente cada um ocupando o seu lugar.

Na verdade, sou eu quem precisa colocar a adolescente aqui em algum lugar e serenar a mente e o coração da mãe, da adulta.
Livrar-me do sentimento de culpa sobre minha austeridade e entender algo que já vivi também. Fui adolescente um dia, não fui?

Ser adolescente é uma coisa, saber lidar e entender o que acontece é outra.
Sempre penso que faria eu, naquela rinha, se fosse o filho de uma amiga minha que estivesse ali?
Como é que eu agiria?
Provavelmente evitaria a contenda.
E como é que eu, enquanto adolescente numa situação parecida, gostaria de ter sido tratada?

Parar, olhar, sentir a Celi adolescente de 40 anos atrás será um longo caminho a percorrer por algumas cicatrizes emocionais, ainda escondidas nas frestas da minha vida.

Então, da mesma forma que fiz quando esperava amorosamente o nascimento do meu filho, lá vou eu buscar na literatura, nas experiências de amigos algo que me oriente, informe a respeito desta fase que hoje Antonio está e como poderei ajudá-lo a passar por ela.

Carl Jung relata que: A teoria representa, inegavelmente, o melhor escudo para proteger a insuficiência experimental ou a ignorância.

Então, vivenciemos a experiência adolescente mais profundamente.

Digo que a vida em família é a maior escola no exercício das virtudes.
Lembro-me das muitas vezes que eu, impertinente, afrontava meu pai na adolescência.
Ele dizia que não adiantava discutir comigo porque eu sempre tinha razão…
Quanta soberba a minha…Quanta sabedoria a dele.

E aqui vamos, neste novo início, adolescendo com nossos rebentos adolescentes.

Deus nos abençoe, obrigada por sua companhia!

 

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A proposta do DIÁRIO DE ANTONIO é a de um livro virtual.
Você poderá ler os assuntos alternadamente ou acompanhar desde o início capítulo por capítulo.

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sal de açúcar

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