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Imagem de Gerd Altmann por Pixabay
Imagem de Gerd Altmann por Pixabay| Foto: Imagem de <a href="https://pixabay.com/pt/users/geralt-9301/?utm_source=link-attribution&amp;utm_medium=referral&amp;utm_campaign=image&amp;utm_content=3539309">Gerd Altmann</a> por <a href="https://pixabay.com/pt/?utm_source=link-attribution&amp;utm_medium=referral&amp;utm_campaign=image&amp;utm_content=3539309">Pixabay</a>

Julho (2019) foi um mês movimentado para a comunidade autista, seus familiares, médicos e até para seus advogados (eu sou prova viva disso). Lei que incluí perguntas sobre autismo no censo, ação do MPF visando que ANS defina protocolo terapêutico para autismo, e ainda teve pesquisas cientificas novas!! Eu comecei a escrever um texto sobre uma pesquisa científica que apontava o fator genético como principal “componente” causador do autismo e, antes que eu pudesse acabar meus estudos para colocar as informações por aqui, surgiu mais uma nova pesquisa sobre as causas do autismo, apontado a relação entre TEA (transtorno do espectro autista) e níveis de estrogênio no útero.  Então, “bora” falar dessas novidades!

Segundo o estudo “Association of Genetic and Environmental Factors With Autism in a 5-Country Cohort”, publicado em 17 de julho deste ano (2019), a genética é apontada como principal causa do autismo. A pesquisa foi realizada por 22 instituições de saúde e foram estudadas mais de 2 milhões de crianças, demonstrando que a hereditariedade está presente em 80% dos casos. Todavia, os pesquisadores apontam existir, na causa do autismo, diversos fatores conectados.

Ou seja, a pesquisa conclui que o fator mais incisivo é o genético, mas aponta que os fatores ambientais, embora desempenhem um papel menor, são sim relevantes. A pesquisa também apontou que houve diferenças entre os potenciais fatores de risco dependendo do país pesquisado, o que reforça a ideia de que o ambiente tem também bastante influência no desenvolvimento do autismo. Em resumo, para leigos em ciências biológicas, como eu: a genética seria o fator mais relevante das causas do autismo, mas tudo indica que fatores ambientais também tenham grande contribuição.

Mas, como o autismo é um grande quebra-cabeça, no mesmo mês da pesquisa que citei, outra surgiu: a publicação “Foetal oestrogens and autism”, de 29/07/2019, no periódico Molecular Psychiatry, aponta o importante papel do estrógeno no autismo. A pesquisa revelou uma provável ligação entre exposição a altos níveis de estrogênio e autismo. A pesquisa foi baseada em um estudo em que os pesquisadores mediam o nível de estrógeno de fetos do sexo masculino e, naqueles em que o nível era mais elevado, o autismo acabou sendo diagnosticado anos depois do nascimento.

O estrógeno é produzido em maior quantidade em fetos “meninos” que em fetos “meninas”, o que também explicaria a maior incidência do transtorno em pessoas do sexo masculino. O estudo foi realizado apenas em fetos do sexo masculino, e as pesquisas continuam. Embora ainda não seja realidade e embora a referida pesquisa não nos leve a uma possível evolução nesse sentido, fico imaginando se um dia existirá um exame no pré-natal que aponte que a criança tem autismo, o que possibilitaria que a estimulação apropriada se iniciasse já no primeiro dia de vida. Imagina se, medindo o estrogênio no pré-natal, fosse possível saber se a criança tem autismo... Seria um sonho! É claro que essa ideia está longe de ser realidade e nem é esse o objetivo que essa pesquisa demonstra, mas é bom sonhar.

Quer sugerir um tema ou contar sua história? Quer partilhar como é ser autista ou sua vivência como pai/mãe de uma criança/adolescente com autismo? Vou adorar ouvir você! (contato@baptistaenascimento.com.br)

Hanna Baptista – redatora do Diário de Autista, advogada, e mãe de uma linda criança autista.

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