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No livro Bésame Mucho, o pediatra espanhol Carlos González diz, resumidamente, o seguinte: se um amigo, um familiar ou até um desconhecido está chorando e praticamente te implorando ajuda, você vai ao socorro dessa pessoa. Então, por que com os bebês somos orientados a agir diferente? Aquela história de deixar chorar no berço nas primeiras noites em casa para ele não ficar dengoso e aprender a dormir sozinho. Ou então de que devemos negar o peito ao filho para que ele aceite melhor os alimentos sólidos.

Não vou negar que segui por alguns instantes alguns desses conselhos. Mas eu não sou uma mãe muito persistente, confesso. Sempre cedi aos apelos do José durante as madrugadas. E nunca resisti a mais de meia hora de choro até desistir e deixá-lo mamar no peito, mesmo que isso significasse mais dificuldade para ele aceitar a chamada comida de panela.

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O resultado disso? Há algum tempo o José dorme praticamente a noite toda (temos alguns episódios de insônia e pesadelos que resultam num sono agitado, mas não chega a ser um fim de mundo) e no mês passado ele largou do peito, sem choro e sem briga. Um desmame tão natural que eu não sei exatamente o dia em que o José Fernando resolveu não querer mais meu peito. Só sei que o desmame veio acompanhado de uma maior aceitação dos alimentos sólidos, e uma certa independência da mamãe – José agora brinca por mais tempo sozinho e se distrai assistindo a desenhos.

Pensando em como meu pequeno evoluiu ao longo desse 1 ano e 9 meses de vida – que ele comemora hoje! –, fico ainda mais convencida de que o pediatra Carlos González, um defensor do carinho sem culpa, tem toda a razão. Nós todos temos um instinto materno que indica o caminho que devemos seguir para criar bem nossos pequenos. O problema, muitas vezes, são os muitos conselhos que recebemos. Com tanta gente falando, chegamos ao absurdo de nos sentirmos culpados por tratar nossos filhos com carinho e atenção – por decidir amamentá-los até os dois anos, levá-los para dormir com a gente na cama ou dar colo sempre que pedem.

A experiência desses quase dois anos de mãe me convenceram de que o melhor é fazer ouvidos de mercador para os certos conselhos furados que ouvirmos e acreditar nos nossos instintos.

Aqui o link para o livro Bésame Mucho. O livro está em espanhol, mas vale a leitura.

Obs.: As férias acabaram! Trouxe desse período de 45 dias ausente algumas novidades. Além do desmame natural do José, temos mudanças na alimentação, os planos para a festinha de aniversário… Mas tudo isso é assunto para outros posts!

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