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Diário de bordo

José Fernando no parque dia desses… Será que ele sabe que seus dias de filho único vão acabar?

 

Chegamos à  metade da gestação e algumas semanas a mais. Quando penso que provavelmente em dezembro terei mais dois bebês em meu colo vem um misto de felicidade e preocupação — com a preocupação ficando alguns pontos a frente nessa soma. Para tentar diminuí-la,  comecei a fazer listas, o primeiro passo para tornar real o que está só na nossa cabeça.

Como sempre acontece quando grandes mudanças estão para ocorrer em nossas vidas, estamos vivendo uma pequena crise financeira lá em casa — reflexo dos problemas da economia no país? Sr. Guido Mantega, esperamos que dê um jeito nas coisas. Nada de fato preocupante, mas algo que nos obrigou a riscar da nossa lista de planos para o ano a viagem pré-gêmeos e a construção de um quarto de hóspedes.

Isso não quer dizer que muitas outras coisas não tenham de ser planejadas e executadas. As três principais: arrumação do quarto dos gêmeos e do novo quarto do José,  montagem do enxoval e chá de bebê. A meta é estar com tudo pronto até o início de dezembro. Sempre rezando, claro, para que meus dois pequenos sejam pacientes e fiquem na barriga da mamãe até, no mínimo, a 37.ª semana de gestação. Agradeço orações para que isso ocorra.

Por falar nos dois pequenos na barriga da mãe, essa semana fomos fazer a eco morfológica de segundo trimestre. Conseguimos ver bem a boca e o nariz dos dois. Chegamos a conclusão de que serão bem parecidos com o José Fernando. Também descobrimos que ambos estão virados de cabeça para baixo e com os pés bem juntinhos, quase encostando na minha costela direita — aha! agora sei o que é todo aquele remelexo  na minha barriga após qualquer refeição.

Os dois estão com cerca de 500 g cada um — o comprimento eu não lembro. Mas estão bem grandinhos, segundo o médico que fez a eco, que também disse que não há motivo de preocupação. Eles crescem bem nesse começo. Depois, a tendência é irem um pouco mais devagar, pela falta de espaço. Isso não quer dizer que lá por novembro/dezembro eu não estarei imensa e ainda mais desengonçada.

Esses dias estava meio em crise com o barrigão —  na gestação do José, a minha crise era com a barriguinha. Vai entender cabeça de grávida.  Ando me sentindo meio fora do eixo, andando como um pato. Até evito olhar meu reflexo nas vitrines das lojas. Com algumas situações eu tenho dado risada, como com a dificuldade para amarrar o cadarço do sapato e de calçar a meia. Também resolvi aproveitar que o José está numa onda muito colaborativa e sempre peço para ele pegar coisas que estão no chão ou nas prateleiras e gavetas baixas da cozinha. Exploração do trabalho infantil?

Acho uma graça como o José quer colaborar. Na cozinha, ele não pode ouvir uma gaveta sendo aberta que já vem correndo para ajudar a preparar seja o que for. Confesso, o pequeno ajudante torna as tarefas um pouco mais demoradas e, algumas vezes, mais estressantes. Mas cansei de brigar com ele. Só o expulso da cozinha quando a atividade é muito perigosa — envolve facas afiadas e forno quente — ou ele resolve dispersar e fazer uma tremenda bagunça com farinha, água e o que mais for evidentemente divertido — mas proibido pela sujeira que faz!

Além de muito prestativo, José também está extremamente carinhoso. Claro que ao jeito dele, sem muito nhenhenhem, mas carinhoso. Tem sido ótimo ir buscá-lo na creche. Ele abre um baita sorriso ao me ver, sai correndo para os braços do pai e fica um dengo comigo o resto da noite. Ah! E mesmo bem entusiasmado com a minha chegada, sai da sala dando tchau para as tias e os amigos. Claro, um tchau mal falado, porque a fala ainda não é uma habilidade dominada pelo José (mas esse é motivo para outro post).

Tenho pensado muito em como ele vai receber os irmãos. Se irá se interessar por eles, chorar de ciúmes quando os dois estiverem no meu colo. A única conclusão a que cheguei até agora é que não será fácil para o José e o meu dever — e o do Emerson também — é fazer com que o fim do status de filho único não seja tão dolorido. O que me leva a concluir que não será fácil para nós também.  Mas tenho a certeza de que, apesar do trabalhão que nos espera, ter uma família com três filhos será incrivelmente gratificante e me fará todos os dias ter certeza de que a vida é bela (estou bem romântica hoje).

E por aí? Como anda a vida?

Bom final de semana!!!

AH! Os bebês já têm nome: BENTO E MIGUEL

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