O plano para 2015 era escrever, pelo menos, três vezes por semana aqui no blog. Mas nem fechamos o primeiro mês do ano e já falhei. Posso dar mil desculpas. Mas a verdade é que não sabia o que escrever. Os dias e noites têm sido confusos. Nascimento dos dentes, primeiros passos, um calor de matar. E uma dúvida: será hora de desmamar? Antes de escrever queria uma respostas. Mas ela não veio.
Sim, eu ainda amamento nos gêmeos. Muito mais para alimentar a alma do que o corpo. O Miguel é o que mais me exige. Noites em claro querendo o peito, só o peito. Nada de mamadeira, nem pensar outro colo. Quer o peito da mamãe e, se não der, olha o berreiro.
Nesse dias, a vontade é de dizer: CHEGA. O corpo é meu e eu não quero mais amamentar. Mas um dia inteiro depois, olha ele outra vez no meu colo, implorando pelo aconchego do seio. Como negar?
Com o Bento a coisa é mais fácil. Ele não acorda na madrugada para mamar. Mas durante o dia, uns minutinhos a mais no colo e ele já vem… Tem como dizer que não?
Eu não desmamaei o José. Ele, um belo dia, não quis mais. Tinha 1 ano e 7 meses. Parou de acordar a noite, depois parou de pedir durante o dia. Quando eu vi, aquela fase tinha passado. Antes desse final feliz, tivemos problemas, claro.
Como muitas vezes já pensei em fazer com o Miguel, eu também quis desistir de amamentar o José depois que ele passou para a alimentação sólida. Eram noites em claro para saciar uma fome que demorava a passar — afinal, é fome de carinho, que dói no coração, não no estômago. Isso depois de um dia puxado, de uma vida que deveria ser como antes, mas não era mais.
Sempre que penso em desistir de amamentar os gêmeos, lembro de como foi tudo com o José. Olho para o calendário. Estou na contagem regressiva por julho, não vou mentir. É a minha esperança. Um desmame sem sofrimento para eles, nem para mim. Meu medo é que eles resolvam ir além dos dois anos — a minha data limite para parar de amamentar. Aí, serei eu que vou ter de desmamar os meninos. Será que consigo?
Eu sei, o Ministério da Saúde recomenda amamentação até os dois anos e não há problemas em continuar amamentando depois disso. Mas eu não vou mentir e dizer que acho amamentar uma delícia e que poderia fazer isso por anos e anos.
Até os seis meses de vida do bebê, para mim, não tem desculpa. A mãe tem sim que fazer de tudo para dar de mamar à cria. É obrigação. E o mundo tem que ajudá-la, incentivá-la e agradecê-la por isso. Mamadeira, se muito necessário, se por motivo urgente, urgentíssimo. Desistir do seio antes dos seis meses, jamais.
Depois que a alimentação sólida começa, acho importante continuar por um milhão de motivos. Mas tem uma hora que cansa o corpo e a mente. Se o leite materno não é mais o alimento essencial para o bebê, tenho pra mim, que aí a amamentação vira uma espécie de dança. É olho no olho, rostinho colado, corpos juntinhos… Mas quando um dos pares não quer mais dançar a música, como continuar?
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obs.: Esse post NÃO é um incentivo ao desmame precoce. O Ministério da Saúde recomenda que, até os seis meses de vida, o bebê seja alimentado exclusivamente com leite materno. A partir dos seis meses, a recomendação é que a criança tenha acesso, de forma lenta e gradual, a outros alimentos, mantendo o leite materno até os 2 anos de idade ou mais.