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Já ouvi muitos depoimentos de ex-grávidas sobre a saudade que sentiam da barriga e do tempo em que estavam gestantes. Depois que o José nasceu, logo percebi que esse não era o meu caso. Agora, com a segunda gravidez, tenho certeza de que não é mesmo. E olha que agora que cheguei ao terceiro mês de gestação.

Claro, é ótimo ser paparicada. Mas todo esse carinho nem sempre consegue superar os diversos incômodos da gravidez. Começa com os enjoos, o sono e a indisposição dos três primeiros meses. Daí a barriga começa a crescer e crescer  e junto com isso você perde todas as suas roupas — mas é uma delícia ver barrigão despontando.

Nessa gestação, particularmente, esse aspecto tem me incomodado. Acho que pelo fato de serem dois e de essa ser a segunda gestação a minha barriga está crescendo de forma bem mais ligeira do que na gravidez do José Fernando. Resultado, da noite para o dia as calças que antes cabiam em mim, passaram a não fechar mais. E como estou no começo da gestação, ainda fico bem desengonçada com as roupas de gestante.

Ok, esse não chega a ser um problema grande o suficiente para entrar na lista de incômodos da gravidez. Ainda mais quando eu me lembro do terceiro trimestre. Nessa fase, a barriga só te deixa dormir de lado —  torça para o bebê gostar do lado que você escolheu — e esqueça uma noite inteira de sono. São infindáveis as ida ao banheiro para fazer xixi. Também temos a azia e as câimbras — como eu sofria com as câimbras. Sem contar que a barriga pesa, a gente sente falta de ar e o coração dispara em situações que antes eram normais — como subir uma escada ou varrer a casa.

No pacote gravidez também se inclui outros probleminhas: infecção urinária, candidíase e hemorroida. Não estou dizendo que toda as grávidas passam por todos esses três problemas chatos. Mas eles são típicos da gestação. Então, não se assuste se alguns deles aparecer durante a gravidez. Faz parte do pacote, como dizia a minha obstetra.

Mente

Cansou? Ainda não falei dos sérios problemas mentais pelos quais nós gestantes passamos. Acho que a notícia da gravidez faz com que alguns neurônios passem a se destinar apenas para pensar no bebê e isso resulta em sérios problemas de amnésia. Nos últimos dias, tenho esquecido nomes, datas, senhas, endereços, chaves, celular, regras gramaticais e até documentos importantes. Acho que só não esqueci o José por algum lugar porque ele é barulhento e grande o suficiente para deixar bem marcada a sua presença.

Fora a amnésia, grávida também tem uns ataques de insegurança e culpa — acho que isso já é treinamento para ser mãe. Na gravidez do José, cogitei comprar um daqueles aparelhinhos para ouvir os batimentos cardíacos do bebê dentro da barriga. E lembro de ter sentido muita inveja do Tom Cruise e da Katie Holmes por eles terem uma máquina de ecografia em casa. Embora eu nem saiba se seria uma boa ter uma máquina dessas em casa. Afinal, a cada exame de imagem,  bate aquele medo de aparecer algo errado. Quem não perdeu algumas horinhas de sono um dia antes de fazer a translucência nucal ou a eco morfológica que atire a primeira pedra.

Some a tudo isso a montanha-russa de hormônios que toma conta do nosso corpo e coloque uma boa dose de comentários inconvenientes que as pessoas fazem — e isso inclui sua mãe, sua sogra, seu pai, seu marido e todo o resto do mundo, os desconhecidos também. Tem gente que fala que sua barriga está pequena, outros que dizem que você vai explodir de tão grande, os que te contam histórias trágicas de partos normais e os que ficam falando sobre os diversos prejuízos que a cesárea causa para o bebê.  Tem dias que você chora, outros fica impressionada com tudo que escuta, outros faz cara de paisagem… E sim, uma vez ou outra vai dar uma resposta mal criada.

O melhor da gravidez é que ela, geralmente, acaba depois de nove meses. E no fim a gente ganha um — dessa vez para mim serão dois e tem mulheres que chegam a ter oito — presente lindo, que muda a nossa vida definitivamente e nos enche de alegria nos atos mais simples. Então, vale a pena a aventura. Mas saudade da barriga? Acho que não.

 

E você, tem saudades da época em que estava grávida? Por quê? Deixa um comentário!

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