José Fernando está prestes a completar dois anos e a teimosia parece estar crescendo junto com ele. Nos últimos dias, a hora do banho que era sempre tão agradável e divertida passou a ser um pesadelo. Primeiro, o José não quer entrar no chuveiro. Depois, ele não quer sair. Quando, enfim, consigo pescá-lo da banheira, começa outra batalha: convencer José Fernando a vestir a roupa que eu escolhi para ele.
Tem dia que ele implica com a calça ou o short, outras vezes a antipatia é pela blusa. Eu visto de um lado e ele tira do outro. Os sapatos são um caso a parte. Outro dia, o pequeno foi até o quarto dele, abriu o armário e escolheu o que queria colocar nos pés. Isso, depois de já ter visto o que eu tinha separado.
Ontem eu cansei de brigar. Estávamos atrasados para ir à escola, desisti de insistir que ele fosse com a blusa do uniforme e de tênis. José escolheu uma blusa verde e uma pantufa – azul, amarela e com cara de ursinho – para ir à aula. Melhor do que umas semanas atrás, quando ele simplesmente não queria vestir uma roupa. Tudo bem que estava calor, mas ir para a creche só de fraldas não dá.
A hora da refeição também está difícil. José nunca foi um bom de garfo, mas no início deste ano deu sinais de que iria mudar. Pura ilusão. De uns 15 dias para cá, parece que despertou um pequeno gourmet dentro dele. Primeiro ele analisa cor, cheiro e textura do alimento. Se o agradar, aí ele vai se dar ao trabalho de provar com a pontinha da língua o sabor. Se for com a cara, ele come. Caso contrário, cospe.
Além de exigente, o gourmet também gosta de variações no cardápio. O que ele amava ontem, hoje pode ser um dos alimentos riscados da lista. Feijão é um dos maiores exemplos. Antes José não comia sem um bom feijão preto acompanhando. Agora, tenho que deixar o feijão separado dos outros alimentos no prato e torcer para que ele tope comer uma colherada.
Falando em colherada, tem dias que ele resolve que vai comer por conta própria, nada de ajuda da mamãe. Aí ele come parte com a colher, parte com as mãos. Às vezes, o cabelo e até o pé participam da refeição. E eu viro só a garçonete, que troca o talher quando cai no chão, pega mais suco na cozinha e limpa tudo no final.
E ainda falta falar das birras — cada vez mais frequentes e sonoras. Outra dia, o José chorou tanto porque foi contrariado que chegou a vomitar. Às vezes, segura o ar e fica com os lábios roxos, se joga no chão, agarra os meus pés… Sem contar quando ele chega a ficar até uma hora entre choros e choramingos. Passa tanto tempo que acho que ele até esquece o motivo do início das lágrimas. Parece que liga no modo choro. Mas cadê o botão para desligar?
Andei lendo por aí e descobri que todos esses são comportamentos típicos da chamada adolescência do bebê — também conhecida como The Terrible Two (parece nome de filme de terror). É o momento em que os bebês se descobrem como indivíduos, passam a querer impor suas vontades e mostram mais claramente a personalidade.
Agora, falando sério, um adolescente e um bebê tudo no mesmo pacote? É para deixar mães e pais malucos.
Considerando a atual situação, começo a pensar em apelar para instâncias superiores. Forças cósmicas da maternidade, anotem aí: um carregamento de paciência e uma personal supernanny que surja sempre nos momentos de desespero, por favor. Tudo isso acompanhado de muita energia e para já.
Leia mais sobre a adolescência do bebê aqui
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