Olá, todos! Esses dias a lei que destina metade das vagas das federais para as cotas foi aprovada. Fiquei super feliz. Todo mundo sabe que eu sou a favor de todos os tipos de cotas. Isso por que é a principal forma de fazer com que a universidade seja um ambiente mais acessível a todas as pessoas e fazer com que exista diversidade lá dentro. Quem aqui, sinceramente, acredita que todo mundo em nosso país consegue chegar a um curso superior? Se você acredita, meu amigo, vive numa bolha de plástico.
Desde que o mundo é mundo as universidades públicas brasileiras foram lugares de gente branca e com dinheiro. Exatamente, meus queridos. São essas as palavras certeiras para descrever o que ainda hoje é praticamente um pré-requisito para chegar a onde todos nós queremos. Não importa o curso, pessoas historicamente menos favorecidas compõem uma porcentagem insignificante dos aprovados no vestibular e uma parcela menor ainda, se forma.
E agora venham me dizer que as cotas para alunos de escolas públicas são injustas por que o filho do deputado que faz cursinho e escola particular teve que tirar uma pontuação muito mais alta do que o menino da favela que trabalha e estuda para entrar em medicina, direito, engenharia, odontologia, medicina veterinária, ou mesmo jornalismo?
E venham me dizer que cotas para negros são injustas por que isso seria uma forma de descriminação, quando metade da população do Brasil é negra e nem um quarto dessa etnia chega às universidades?
E me digam que as cotas para índios que tiveram tribos e tribos dizimadas e depois jogadas na miséria que dura até hoje, são injustas, quando a chance de reverter este quadro está na educação?
Mesmo que seja uma simulação de redenção para com as injustiças cometidas no passado, injusto, para mim, é elitizar uma propriedade pública e um direito civil. Injusto, para mim, é impedir que mais pessoas estudem para contribuir para nossa própria sociedade. Injusto, para mim, é como a maioria dos pré-vestibulando e universitário são mesquinha com relação as vagas almejadas por todos – com razão.
E, querem saber? Depois da felicidade que senti pela aprovação da lei, e de uma reflexão quanto as consequências disso, caí do balanço de cara no chão. Óbvio que um monte de gente vai protestar. Óbvio que a maioria das instituições vão criar polêmicas e problemas em todos dessa lei. E claro que, no fundo, a aprovação dessa nova lei vai acabar com as cotas de vez.
Tudo bem, era de se esperar que uma hora isso acontecesse, só que eu tinha esperanças de que fosse depois que uma profunda reforma em todo nosso sistema educacional fosse feita, depois que todos tivessem iguais condições para chegar ao ensino superior. Acho que estava errada.
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