“Acho a liberdade mais importante que o pão”. Sempre destacado pela contemporaneidade, polêmica e sinceridade, o dramaturgo, escritor e jornalista Nelson Rodrigues completaria 100 anos no último mês de agosto. Nascido em Recife, mas criado no Rio de Janeiro, Nelson era apaixonado pelo futebol desde criança, algo que marcaria sua futura vida literária: suas crônicas esportivas e paixão pelo Fluminense, sendo um dos responsáveis pelo status de clássico que os jogos Flamengo X Fluminense (Fla-Flu) adquiriram.
O escritor ganhou grande reconhecimento através das peças de teatro que escreveu, algo que aconteceu para ele por acaso. Passando por dificuldades financeiras, Nelson viu no teatro uma chance de se reerguer, e assim, foi aclamado por peças como “Vestido de noiva”, ”Anjo Negro”, ”O beijo nos asfalto” e ”Bonitinha, mas ordinária”. Suas criações para o teatro podem ser classificadas entre peças psicológicas, peças míticas e tragédias cariocas.
O livro Anjo Negro (1946), obra do escritor criada para o teatro – e obrigatória para o vestibular da UFPR – aborda temas como racismo, estupro e até incesto. Ismael, um homem que renega sua cor negra, é casado com Virgínia, que é branca. Pode-se perceber ao longo do livro que ela não casou por opção, mas sim forçada pela tia, a qual queria se vingar por um acontecimento do passado.
Então Virgínia, sempre com ódio do marido, matou os três filhos que teve, por nascerem negros. No dia do velório de seu terceiro filho, dia que toma grande parte da obra, surge Elias, irmão adotivo de Ismael – cego, e branco. Virgínia apaixona-se por ele, e é retribuída. Porém, a tia vingativa descobre e conta para Ismael, que mata seu próprio irmão. Virgínia, que engravidou de Elias, esperava que nascesse um menino branco, com o qual ela poderia ter uma relação amorosa, além de mãe-filho. Entretanto, nasce Ana Maria, uma menina branca que Ismael cega, engana e abusa sexualmente.
É muito importante ler a obra completa, para não perder detalhes da história.
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