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Questões

Guilherme Ansbach / Cedido para o Diário do Vestiba
Manifestação de estudantes no centro de Ponta Grossa em defesa da qualidade do ensino superior (jul./12)

“Ih, foi mal, a minha é federal/estadual!”. Provavelmente você já ouviu esta frase de algum estudante, com sentido de orgulho por estar em uma universidade pública, que geralmente é sinônimo de instituição de qualidade. E qual sentido possui a frase agora, dada a atual situação?

A greve nas universidades federais completará três meses, com prejuízos enormes para a comunidade estudantil, e, após o encerramento das negociações por parte do Governo Federal, surgiram protestos e a possibilidade de ameaça aos processos seletivos das instituições que não acataram o acordo oferecido. E hoje, dia 16, a greve atinge as universidades estaduais do Paraná, que paralisaram a fim de realizar assembleias para decidir o indicativo de greve da categoria, devido ao descumprimento de acordos anteriores firmados pelo Governo Estadual. A greve foi necessária? Sim, porém, continua sendo? Fica a questão.

Ainda, no meio do turbilhão, surge o projeto de lei aprovado pelo Senado que prevê 50% das vagas de graduação para estudantes de escola pública. É um absurdo ter 50% de cotas para o vestibular. Um absurdo. Sou a favor de cotas sociais, em um percentual menor, de caráter temporário, até adquirir-se uma evolução no quadro da educação pública básica. Mas estamos falando do Brasil, que essa semana apresentou um retrocesso no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica em nove estados, com uma média nacional de 3,7 pontos (em uma escala até 10). Apesar do resultado assustador, conheço pessoas que estudaram em colégios públicos e entraram em universidades públicas sem a política de cotas, mantendo o mesmo rendimento (ou até melhor) que estudantes de colégios particulares. Até quando um aluno com desempenho melhor no vestibular deverá ser mártir para deixar um aluno de desempenho inferior (mas cotista) tomar seu lugar, e distorcidamente corrigir um erro do governo? Coloquem-se no lugar de alguém que perdeu uma vaga exclusivamente por este fator.

Quando vão perceber que a educação (começando pelo ensino básico) é a resposta para um país desenvolvido, a exemplo da Coreia do Sul, que se tornou um expoente tecnológico graças a esse enfoque educacional?

E agora, qual será a próxima greve a nos atingir?
andre.esantos@yahoo.com.br

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