Olá, todos! Não tenho a menor ideia de como essa “tradição” de trotes começou nas universidades. Todo mundo conhece o tradicional: pedir dinheiro no sinal, farinha, tinta, lama, água e ovos pra cima de cada alma vivente que passou no vestibular, é quase um ritual de passagem. E pode mesmo ser muito divertido, ainda mais quando se está entre amigos e pessoas que você conhece.
Tudo maravilhoso até ai. Claro que é super divertido se sujar um dia inteiro e comemorar a recompensa do seu sofrimento como se não houvesse amanhã. A questão que quero levantar por aqui é quando deixa de ser uma brincadeira e vira violência. Violência sim, sem eufemismos porque a questão é séria, gente. Grande parte dos trotes atualmente viraram verdadeiros festivais de agressões na maioria das vezes patrocinados pelos veteranos dos cursos superiores.
Nos últimos tempos, eu vi desde pessoas sendo obrigadas a comer fígados podres até outros que entraram em coma alcoólico. Vi desde terrorismo psicológico até difamações e ofensas na internet. Tudo justificado com a célebre frase “calouro tem que sofrer”. E tem que sofrer simplesmente por ser calouro. Ser calouro virou um castigo para muita gente. É como um estigma que você leva por um ano inteiro e que pode te colocar nas situações mais absurdas.
O irônico disso tudo é que, nesse caso, os opressores e agressores são pessoas que já estiveram na posição de calouro. São pessoas que atacam outros por que provavelmente já passaram por situações parecidas e, ao invés de interromperem o cíclo vicioso de violência, alimentam cada vez mais a barbárie.
E não me digam que é apenas “brincadeira de criança” e que “são jovens, são inconsequentes, mas são bons meninos”. Particularmente eu não consigo ver nenhum desses veteranos como colegas estudantes universitários. Não consigo aceitar que pessoas como essas, que fazem propaganda da própria falta de ética como se fosse a coisa mais bonita e “descolada” do mundo, componham a elite acadêmica desse país. Esses patrocinadores de trotes violentos são delinquentes e, definitivamente, não merecem ocupar o posição que ocupam.
Antes alguém com pouco estudo e boa índole.