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Quando eu era adolescente, há década e meia, sonhava em sair do Brasil e, com sorte, nunca mais voltar – apenas para visitar a família e fazer inveja nos outros. Jogar basquete na liga norte-americana, estrelar filmes em Hollywood, substituir o Kurt Cobain no Nirvana, ir a Marte com um ônibus espacial da Nasa e, após uma alteração constitucional, ser o primeiro estrangeiro presidente dos Estados Unidos. Logo percebi que não seria tão fácil, por uma simples razão: eu não tinha muita coragem de viajar sozinho. Tive oportunidades de estudar no exterior, mas, por medo de me separar da família, por receio de não saber como me virar, deixei os cavalos encilhados passarem. E levei alguns coices.

O tempo passou, eu cresci, o Brasil cresceu. Viajei um pouco, estudei um pouco, e, hoje, é no Brasil que quero me estabelecer – apesar de todos os pesares. Mas sigo com uma vontade louca de morar um tempinho fora do país. Preciso riscar o item “viver no exterior” da minha lista de realizações. E vou. No segundo semestre deste ano, devo sair do Brasil para um período de estudos. Numa frase de faroeste: “a man´s gotta do what a man´s gotta do” (um homem tem que fazer o que um homem tem que fazer).

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Os antigos desbravadores já repetiam que “navegar é preciso, viver não é preciso”. Sabiam que viver é navegar, é descobrir. E essa navegação nem precisa ser por mares desconhecidos. Pode ser pelo riacho que passa ao lado. O importante é a busca. Buscando o outro, aumentamos as chances de nos encontrarmos. Afinal, é olhando para fora que enxergarmos o que está dentro, que nos enxergamos – um espelho existencial. E é no exílio que passamos a dar valor às palmeiras onde canta o sabiá.

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Agudas

– O Ministério do Trabalho e Emprego disponibiliza a cartilha Brasileiros no Exterior, com informações úteis para quem vai morar, estudar e trabalhar fora do país;

– Antes de viajar, também vale a pena conferir o Portal Consular, do Ministério das Relações Exteriores.

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– Para inspirar: “(…) o viajar parece-me um exercício proveitoso. Nele a alma exercita-se continuamente a observar coisas desconhecidas e novas; e não conheço escola melhor… para formar a vida, senão propor-lhe a diversidade de tantas outras vidas, fantasias e usos e levá-la a saborear variedade tão perpétua das formas da nossa natureza.” (Montaigne);

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