Há exatamente 64 anos, uma das histórias mais intrigantes e controversas de todos os tempos começava a ser escrita: o caso Roswell, mais famoso evento envolvendo (supostamente) discos voadores e seres extraterrestres. No dia 8 de julho de 1947, o jornal Roswell Daily Record publicou em sua primeira página a notícia de que um disco voador havia sido capturado na região de Roswell (estado do Novo México, nos Estados Unidos). Seis décadas e meia depois, ainda há versões e relatórios para todos os gostos. O governo estadunidense garante que as supostas naves espaciais eram balões de pesquisa e que os alienígenas encontrados (cuja suposta autópsia ficou famosa) eram, na verdade, bonecos de teste. Por outro lado, alguns estudiosos afirmam que essa versão oficial serve apenas para encobrir o contato com seres e tecnologia extraterrestres. Controvérsias à parte, fato é que, a partir de Roswell, o mundo foi invadido e bombardeado, se não por invasores de outros planetas (ainda bem), por imagens, montagens, casos e causos sobre alienígenas e óvnis (objetos voadores não identificados).
A primeira vez que ouvi falar de vida fora da Terra foi por meio de minha saudosa avó paterna, a divertida Vó Neuza, que me fascinava com suas histórias fantásticas – todas absolutamente verdadeiras, segundo ela. Além de jurar que já havia visto um disco voador nos céus de Curitiba, ela contava a seguinte história de seu contato com um ser extraterrestre. Minha avó era professora de yoga (aliás, uma das fundadoras da Associação de Yoga do Paraná) e comparecera a um evento sobre diversos temas, entre eles yoga e ufologia. Ela caminhava pelo local com algumas amigas quando, de repente, surgida aparentemente do nada, uma mulher a chamou. Minha avó e as amigas caminharam, então, na direção da mulher, mas apenas a Vó Neuza conseguiu se mover – as outras contaram a ela, depois, que, apesar de tentarem, não conseguiram sair do lugar, como se alguma força as detivesse. “Sei que você é professora de yoga e quero convidá-la para dar aulas na minha escola”, disse a mulher. “Onde fica a sua escola?”, perguntou a Vó Neuza. “No cosmo”, respondeu a estranha, colocando a mão de minha avó contra o peito. Segundo a Vó Neuza, sua mão parecia atravessar o corpo da mulher, que sumiu tão subitamente quanto havia aparecido. Mais tarde, durante uma palestra sobre ufologia, minha avó viu o palestrante mostrar um desenho de um ser extraterrestre com quem mantinha contato: era exatamente a mesma pessoa com quem ela havia conversado. Eu sempre me arrepiava com a história, e acabo de constatar que continuo me arrepiando – 19 anos depois de a querida Vó Neuza falecer (talvez ela esteja, finalmente, dando suas aulas no cosmo).
Meu “contato imediato”
Anos mais tarde, em meados dos anos 1990, eu e meu avô materno avistamos um óvni em Cascavel, no Oeste do Paraná. Era noite e estávamos em frente à igreja. Eis que, de repente, surgiu uma luz forte no céu. A luz se moveu rapidamente, em direções diferentes, e sumiu, também repentinamente. Essa foi minha única experiência pessoal (bastante banal, convenhamos) com algo do gênero – ainda bem, pois, confesso, sou tão curioso quanto medroso em relação a essas coisas.
Até como jornalista, que duvida de quase tudo, minha tendência natural é buscar explicações mais terrenas para a questão. De qualquer forma, é fato que, há 64 anos, com o incidente de Roswell, uma pergunta passou a retumbar com mais força no inconsciente coletivo: estamos sós? Ainda não há resposta definitiva para essa dúvida – e acredito que nunca haverá. Por isso mesmo o tema é instigante e gera tanto debate. Resumo minha opinião (nada definida) com uma frase dita no final do filme Contato (assisti há quase 15 anos o filme, mas a cena nunca me saiu da cabeça), mais ou menos assim: “O universo é um lugar muito grande, maior do que qualquer um de nós é capaz de imaginar. Então, se apenas nós existirmos, trata-se de um terrível desperdício de espaço”.
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Agudas
– Em abril deste ano, o caso Roswell voltou a ter destaque na mídia, depois da divulgação de um documento que pertenceria aos arquivos do FBI, no qual um agente especial reporta ter visto discos voadores e seres extraterrestres. Vai saber…
– Na internet, encontrei alguns “avistamentos” (montagens evidentes, mas divertidas) de discos voadores em Curitiba.
– E você, já viu algum óvni ou ser extraterrestre? Como foi?
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