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No começo deste ano, escrevi um post neste blog entitulado As preocupações de 2014. Em síntese, eu previ que: (a) havia tendência à majoração de gastos, pois iniciávamos ano de eleições; (b) que o governo, em todas as esferas, enfrentaria pressão para redução de tarifas de serviços públicos; (c) que o déficit aumentaria e, como consequência, o endividamento.

A previsão foi acertada. Em relação ao aumento de despesas públicas, cresceram os gastos com publicidade. Além disso, despendeu-se mais para minorar o impacto da desaceleração econômica.  O maior problema dos governos é a despesa corrente, sobretudo a despesa de pessoal.

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Ocorreram pressões da sociedade para redução das tarifas dos serviços públicos, porém, mesmo assim, foram majoradas. E, em decorrência da grande massa de despesas e a redução da arrecadação, o déficit aumentou.

Para 2015, o cenário permanece preocupante. Do lado do mercado, Investidores não acreditam que Levy alcance superávit de 1,2%, diz pesquisa BofA. Já nas palavras do Banco Central,

No que diz respeito às contas públicas, a moderação do crescimento econômico e a adoção de medidas de incentivo à atividade de setores específicos tiveram impactos significativos sobre a arrecadação de impostos e contribuições este ano. Esse fato, associado ao crescimento de algumas despesas acima do projetado inicialmente, em especial de custeio e de capital, foram determinantes para que o setor público consolidado registrasse deficit primário de R$11,6 bilhões nos dez primeiros meses de 2014 (Relatório de Inflação, Dezembro)

E mais:

No que se refere a projeções de inflação, de acordo com os procedimentos tradicionalmente adotados e levando-se em conta o conjunto de informações disponíveis até 5 de dezembro de 2014 (data de corte), o cenário de referência, que pressupõe manutenção da taxa de câmbio constante no horizonte de previsão em R$2,55/US$, e a meta para a taxa Selic em 11,75% ao ano (a.a.), projeta inflação de 6,4% em 2014, 6,1% em 2015 e 5,0% em 2016. (Relatório de Inflação, Dezembro, p. 9).

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É imprescindível o controle de gastos públicos no ano vindouro. A austeridade será fundamental à melhoria do quadro econômico para redução do déficit e controle da inflação. Nada obstante, a previsão para 2015 é (a) manutenção de níveis semelhantes da relação receita e despesa (o que levará a um novo déficit primário ou a superávit primário abaixo da meta), (b) índices de inflação equivalentes a 2014, (c) baixo crescimento econômico. Haverá tendência à nova majoração de tarifas de serviços públicos e tributos, permanência de juros altos e redução do poder de compra.