Em todos os anos temos formatura dos novos bachareis em Direito na UFPR. Sempre uma bela festa, orgulho das ex-alunas, ex-alunos, das mães, pais, das professoras e professores. Nesse ano, na colação de grau da turma diurna, na última sexta-feira (3), não foi diferente, exceto por um fato histórico: desde final de 2016, a Faculdade de Direito é dirigida por professoras.
No curso de Direito havia poucas professoras num passado não tão longínquo. Hoje, são 24 professoras (de 82, no total). A Diretora do Setor de Ciências Jurídicas (da Faculdade de Direito) é a Prof. Dra. Vera Karam de Chueiri; a Vice-Diretora, a Prof. Dra. Maria Cândida do Amaral Kroetz; a Coordenadora do Programa de Pós Graduação em Direito (mestrado e doutorado) é a Prof. Dra. Clara Maria Roman Borges; a Vice-Coordenadora, a Prof. Dra. Ana Carla Harmatiuk Matos; a Vice-Coordenadora da Graduação é a Prof. Dra. Tatyana Scheila Friedrich; a Chefe do Departamento de Direito Privado é a Prof. Dra. Katya Kozicki; a Suplente do Departamento de Direito Público é a Prof. Dra. Melina Girardi Fachin. Em 2017, a Prof. Dra. Aldacy Rachid Coutinho tornou-se a primeira Professora Titular da Faculdade. E na formatura, o nome da turma é Prof. Dra. Angela Cassia Costaldello.
Há um verdadeiro sentimento de orgulho em ter uma cúpula da Faculdade de Direito da UFPR inteiramente feminina. Nos últimos anos, as mulheres vêm conquistando a igualdade em espaços tradicionais. Por isso que na colação de grau, em pleno Teatro Guaíra, os discursos da Diretora, Prof. Vera, e da Coordenadora da Pós Graduação, Prof. Clara, foram tão simbólicos e tão justos.
Disse em seu discurso a Prof. Vera que a Faculdade é “o nosso maior orgulho, pois uma das melhores faculdades de direito da federação brasileira, senão a melhor, pois fundada na pluralidade, na diversidade, na solidariedade que se reconhece e se respeita e pelas quais se milita”, enquanto que, quase como uníssonas, a Prof. Clara revelou acreditar “que a formação que [estudantes] tiveram fez com que se tornassem profissionais que sabem ouvir, dialogar, conviver com a diversidade, a pluralidade e cujas práticas jurídicas não buscarão silenciar o Outro, anulá-lo, mas torná-lo o elemento que atribui sentido ao próprio direito”.
Foi um evento memorável. Para a Faculdade de Direito. Para a igualdade da mulher. Para a sociedade.
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