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Antonio Costa / Gazeta do Povo
Antonio Costa / Gazeta do Povo| Foto:
Antonio Costa / Gazeta do Povo

Antonio Costa / Gazeta do Povo

Antes de prosseguir na análise da mobilidade em Curitiba, abordarei o assunto Eleições + Copa do Mundo no Brasil. Publiquei artigo na revista da Associação Comercial Industrial de Joinville, a convite da jornalista Marcela Güther, com a temática “reflexos de uma possível vitória do Brasil na Copa do Mundo sobre o cenário sócio/político/econômico, tendo em vista a sucessão presidencial”. Abaixo, o artigo, publicado dias antes do início da competição.

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Seleção brasileira na Final da Copa do Mundo de 2014. No dia 13 de julho, vence. Brasil é campeão pela sexta vez. Restam pouco mais de 70 dias para as eleições. E agora? Haverá influência do resultado da Copa nas eleições de outubro?

A despeito de a resposta ser um exercício de antevisão, tentarei deixar algumas impressões.

Desde a promulgação da Emenda Constitucional de Revisão 5/1994, com a redução do mandato presidencial de cinco para quatro anos, toda eleição presidencial brasileira acontece meses após a Copa do Mundo. Assim, sob a nova regra, as eleições ocorreram em 1994, 1998, 2002, 2006, 2010. Em 1994 e 1998, foi eleito Fernando Henrique Cardoso. Em 2002 e 2006, Luiz Inácio Lula da Silva. Em 2010, Dilma Rousseff.

A Seleção Brasileira venceu as Copas de 1994 e 2002. Em 1994, dia 17 de julho, o Brasil jogou a Final contra a Itália. Por volta dessa data, Fernando Henrique Cardoso, que já vinha crescendo nas pesquisas, ultrapassou o adversário, Luiz Inácio Lula da Silva. Não é possível afirmar que a vitória, em campo, do Brasil promoveu o crescimento. Essa era a tendência, consoante as pesquisas de intenção de voto.

Em 2002, a Final da Copa do Mundo ocorreu em 30 de junho. Lula esteve em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto desde abril de 2002. E permaneceu em primeiro lugar até as eleições, quando foi eleito, no segundo turno. Novamente, não há como afirmar que a vitória brasileira no futebol causou efeitos eleitorais.

De acordo com o Professor Fabrício Tomio, da disciplina de Ciência Política, da Faculdade de Direito da UFPR, “as pessoas não mudarão o voto em razão do resultado da Copa do Mundo”. Segundo ele, “o que poderá interferir nas eleições será o que ocorrer durante o evento”, referindo-se a protestos ou outros fatos.

Na mesma linha, os economistas Guilherme Loureiro e Thiago Carlos, em relatório do Banco UBS, retratado pelo economista Fábio Alves, em seu blog, afirmaram que “no front político, acreditamos que uma vitória (ou derrota) da equipe brasileira na competição não deverá ter impacto direto significativo no desfecho da eleição presidencial”.

Concordo com as duas opiniões. Não creio que o resultado da Copa do Mundo causará efeitos significativos na escolha presidencial. A derrota da Seleção não ajudará a oposição; a vitória não auxiliará a situação.

Contudo, outros fatos relacionados direta ou indiretamente à Copa poderão ter efeitos no pleito. No ano passado, quando explodiram os protestos, a popularidade da Presidente, logo após, caiu 27 pontos. Neste ano, os protestos se enfraqueceram. E não sabemos se voltarão ou não, e se terão força. E, mesmo que voltem, é incerto que os meios de comunicação darão destaque.

Enfim, podemos esperar qualquer resultado no pleito presidencial deste ano. Porém, não serão os jogadores da Seleção Brasileira responsáveis pelo resultado da eleição.

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Para ler o artigo na revista da ACIJ, com alterações, clique aqui.

Twitter: @rodrigokanayama

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