Aliocha Mauricio/Tribuna do Paraná| Foto:
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Em continuação à primeira parte do artigo do Prof. Fabrício Tomio, publico a fatia final. Nessa, analisar-se-ão os números brasileiros de Municípios e Estados, comparando-os aos norte-americanos.

O blog Dinheiro Público agradece a pesquisa e contribuição do Prof. Fabrício Tomio.

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(Clique sobre as tabelas, após o fim do artigo, para ler os números com clareza)

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A violência no mundo (por Fabrício Tomio) – parte 2.

Algumas fontes de informação permitem esclarecer os dois últimos itens [expostos na primeira parte: “(6) o Brasil é o país com a maior quantidade absoluta de homicídios notificados, superior a 50 mil homicídios por ano; (7) há grande variação nas taxas de homicídio dentro dos países (entre cidades e estados)”] em nosso país: a variação entre cidades e estados nas taxas de homicídio intencionais e a absurda situação que gera mais de 50 mil homicídios no Brasil. Destaco duas fontes de informação que sistematizam dados públicos: o Mapa da Violência (clique aqui) e o FBSP-Fórum Brasileiro de Segurança Pública (clique aqui). As tabelas abaixo permitem verificar que: (1) se os estados brasileiros fossem considerados como países, cinco estariam entre os vinte países com maior número absoluto de homicídios (BA, RJ, SP, CE e MG) e todos (com exceção de RR, SC e SP) estariam entre os países com maiores taxas de homicídio intencionais (por cem mil hab.); (2) considerando os municípios (divisão política-administrativa) como “cidades” e limitando a comparação aqueles com mais de 300 mil hab. (82 municípios), é possível verificar que 47 municípios apresentam taxas de homicídios superior a “30” (por 100 mil hab.), ou seja, quase uma lista inteira da ONG mexicana (a cidade da lista das 50 mais violentas da ONG é Obregon, México, com uma taxa de “28,29”); (3) somente 4 dos 82 municípios brasileiros com mais de 300 mil hab. possuem taxas inferiores a “10” homicídios por 100 mil hab. (São Bernardo do Campo-SP, São José do Rio Preto-SP, Franca-SP e Blumenau-SC).

A percepção da violência (e do risco de homicídio) por si não é o melhor guia para compreender a variação dos índices de violência. Servem, conforme os objetivos da ONG mexicana e de veículos de mídia, para alertar sobre o problema. Possivelmente, um cidadão dos quatro municípios “menos” violentos do Brasil se sentiria mais seguro em suas viagens turísticas pela Flórida, USA, mesmo desconhecendo que as cidades de Miami (“19,2”) e Orlando (“6,8”) possuem taxas de homicídio superiores ou semelhantes ao município em que reside. A quantidade de informações disponíveis deve ser um guia muito mais adequado para guiar as políticas públicas. Não consigo imaginar que as agências federais, estaduais e municipais responsáveis pela segurança pública e pela saúde coletiva ignorem ou não as utilizem para definir suas políticas públicas. Imagino que o objetivo político da ONG mexicana deva ser o mesmo dos cidadãos brasileiros e, sobretudo, dos formuladores e gestores de políticas públicas: “cumplir con su deber de proteger a los gobernados, de garantizar su derecho a la seguridad pública”.

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