Passamos por turbulência política. Investigações, corrupção, impeachment. E ainda estamos no terceiro mês do ano e do mandato da Presidente. O que pode parecer uma aventura para muitos – o conflito nas ruas, as acusações mútuas em redes sociais – é, na realidade, um ingrediente adicional no já conturbado cotidiano brasileiro.
Não há problema em protestar. A liberdade de expressão deve ser garantida. A democracia, valor caro para todos nós, e conseguida a muito custo, há de ser preservada. Por isso, manifestações e protestos, a favor ou contra o governo, terão de ser respeitados e tolerados. Sem dúvida.
Afora tais eventos que ocorrerão nos próximos dias, existe algo que está sendo pouco dito. O turbilhão de informações ruins – econômicas, políticas, criminais – prejudicou, verdadeiramente, as relações já tênues entre o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto. E há efeitos disso. Um dos mais graves é a dificuldade que será imposta à reforma fiscal. A Presidente, que perdeu parte do apoio da base, pouco conseguirá aprovar no Congresso. Não conseguiu sequer aprovar a Lei Orçamentária Anual de 2015.
O economista francês Jacques Généreux escreveu que o horror não é econômico, mas político. Creio que o horror seja político, sem dúvida. Mas, hoje, no Brasil, também é econômico. Nos próximos meses, a serenidade será imprescindível para as reformas fiscais – em prol da austeridade – e para que o país possa voltar a crescer. Por isso, a crise terá de ser resolvida no curto prazo.
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Anoto aqui, que, como disse antes neste blog, discordo de parte da política fiscal do governo federal (especialmente da contabilidade criativa). Não obstante, não observo elementos jurídicos capazes de ensejar impeachment da Presidente da República.
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