Comenta-se nos meios de comunicação que a economia brasileira está mal. Excesso de gastos do governo seria o principal responsável pelas agruras que hoje sofremos. De fato, já havia dito neste blog que a irresponsabilidade fiscal é a maior vilã dessa história.
Para procurar resolver o problema e conferir aparência de responsabilidade na condução da política fiscal, surgiu o interesse do Governo na alteração da Lei de Diretrizes Orçamentárias 2014 (LDO 2014), visando a retirar algumas despesas do cálculo do superávit primário (superávit que não considera o pagamento dos juros da dívida).
De acordo com as informações da Agência Senado – canal de imprensa do Senado Federal,
“O texto [do projeto que altera a LDO 2014], relatado pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR), autoriza um abatimento praticamente sem limite da meta de resultado primário do ano, que é de R$ 116,1 bilhões para o governo federal.
O projeto permite ao Executivo descontar do resultado primário todo o valor gasto no ano com obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e com as desonerações tributárias. Isso significa um valor que pode chegar próximo a R$ 140 bilhões. Na prática, mesmo que chegue ao final do ano com déficit primário, o governo não terá descumprido a meta fiscal de 2014. A meta é definida pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (Lei 12.919/2013).” [clique aqui]
Em outras palavras, alterar-se-á a meta prevista em lei, dando aparência, ao final do exercício financeiro, de que se cumpriu a obrigação fiscal. Será, na verdade, uma manobra.
Não é a primeira vez que o Governo toma providências nesse sentido. Já aumentou artificialmente a arrecadação (com a antecipação de pagamento de dividendos) e atrasou propositalmente gastos. Mas agora a situação requererá mudança legislativa. E qual será o próximo passo?
***
O blog não foi atualizado nas duas últimas semanas em razão de excesso de trabalho do seu autor. Voltará ao funcionamento normal nas próximas semanas.
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS