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Crowdfunding funciona melhor se envolve comunidade

Crowdfunding é uma iniciativa de financiamento coletivo com o objetivo de viabilizar um projeto, seja um produto ou um serviço. Tra­duzindo em miúdos, é comumente explicada como uma vaquinha on-line. E, na Cam­pus Party, deu origem ao painel “‘Cow-funding’, a vaquinha reload”. Entre as várias perspectivas e experiências apresentadas, um fato ficou claro: a comunidade envolvida é o que dá suporte para tudo acontecer. Ela é mais valiosa, portanto, que o dinheiro.

“Todos os projetos de crowd­­­­funding que deram certo começavam já com uma comunidade sólida. Por mais que ela não coloque dinheiro, vai ajudar a passar o projeto para frente. Quem não tinha comunidade forte não se dava bem”, explicou Rafael Zatti, pesquisador da área e cofundador da startup ideias.me.

Mas o modelo não é necessariamente uma forma fácil de levantar dinheiro. Muitas vezes é mais difícil conseguir recursos para projetos via crowd­funding do que bater à porta de empresas, diz Pedro Markun, membro da Trans­parência Hacker, que trabalha criando novas manerias de fazer política por meio das redes. Ele é um dos responsáveis pelo ônibus hacker, projeto viabilizado graças ao crowdfunding.

Markun conseguiu levantar R$ 40 mil em 50 dias para a aquisição do ônibus, que visa espalhar a cultura hacker pelo país. Ele diz que não foi fácil, que a comunidade foi a responsável pelo sucesso e o mais difícil vem agora: colocar o projeto em execução. O ônibus fez duas viagens até agora. “Estamos nos planejando para fazer funcionar”, diz.

O projeto captou recurso por meio do Catarse. Diego Reeberg é cofundador desse site, considerado a primeira plataforma para financiar projetos criativos de forma colaborativa no país. Ele conta que há muitos bons projetos, e busca fazer uma espécie de consultoria para que as iniciativas efetivamente aconteçam. Há um cuidado até na curadoria dos projetos que serão aceitos, e a verba só é liberada para os autores se o financiamento atingir o total dos recursos necessários.

Paulo Alvim, que é gerente de Acesso a Mercados e Serviços Financeiros do Sebrae, também esteve na mesa e diz que o país ainda está bastante atrasado na consolidação desse tipo de iniciativa de financiamento. Seu uso para pequenas empresas e negócios é possível, mas Alvim alerta que este não é o único caminho a seguir, existindo muitas outras formas de captar recursos. O empreendedor deve estar atento a elas e escolher qual tem mais em comum com seu projeto.

Rumo ao sucesso

Ao longo do debate, surgiram várias dicas para um projeto ter sucesso na captação de recursos em crowdfunding. Confira as três principais:

• Tenha um grupo de pessoas apaixonadas – É necessário ter apoiadores para desenvolver um projeto desses. Eles vão precisar trabalhar duro, principalmente com comunicação, para levantar o dinheiro. Essa equipe é essencial. E ela precisa estar em sintonia com a causa defendida, seja ela qual for.

• Tenha uma rede articulada – Além do pessoal que vai trabalhar efetivamente, é preciso o apoio da comunidade. Um projeto relevante para a sociedade, uma causa, pode ser capaz de fazer um grupo se unir e apoiar seu projeto. E mesmo que essa comunidade não doe, ou não invista muito dinheiro, ela é essencial para espalhar a ideia e o projeto.

• Tenha um bom planejamento – Pode parecer fácil, mas não é. Um bom planejamento se torna essencial para conseguir o recurso, pois são muitas pessoas envolvidas e muitas pessoas mais vão participar. Além disso, em caso de sucesso, como você vai realizar o projeto? Tudo isso deve estar claro já de início.

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