A frase é polêmica, mas necessita de um contexto para ser entendida. Na manhã desta quinta-feira (9) houve um debate na Campus Party 2012, que está sendo realizada em São Paulo, sobre cultura livre e inovação na educação. O painel contou com a presença do professor Nelson Pretto, da Universidade Federal da Bahia, que também é editor da revista Faced e idealizador do projeto de inclusão sociodigital “Tabuleiros Digitais”.
“O bom professor deve atrapalhar, e não ajudar”, foi uma referência a educação pensada pela ótica da cultura livre, na qual, na concepção de Pretto, ele deve ter papel central na hora de ensinar a pensar, provocando, e não dar fórmulas prontas em sala de aula. “Ele deve ser um negociador permanente de referências, trazendo e lidando com o novo em sala de aula também”.
Pretto também ataca o atual uso ferramental das tecnologias em sala de aula, como meros instrumentos de reprodução de conteúdos. Para ele, os professores devem deixar de ser atores para se tornarem autores de conteúdo. “Precisamos nos apropriar da tecnologia. Passar da lógica da reprodução para o processo de criação”, completa.
Muitas perguntas foram lançadas no painel, que também contou com a presença de Tel Aimel, pesquisador do Núcleo de Informática Aplicada à Educação da Universidade de Campinas (Unicamp); Regina Helena Alves da Silvia, professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); integrante do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para a Web (INWEB); e Felipa Sanches, um dos criadores do Garoa Hacker Clube, laboratório aberto e comunitário de São Paulo para trocas de conhecimento em tecnologia. No entanto, poucas respostas foram alcançadas, dando a tônica de que a perspectiva da cultura livre para a educação é produtiva, mas precisa ser mais discutida.
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