Lançado há pouco mais de um ano e custando apenas US$ 35, o Raspberry Pi tornou-se um fenômeno mundial. Criado com o intuito de ensinar crianças a programar, o pequeno computador, pouco maior que um cartão de crédito, ganhou adeptos em todo o mundo. Pete Lomas, o idalizador do projeto e presidente da Raspberry Pi Foundation, esteve na Campus Party para contar a sua história.
A idéia do Pi surgiu após ele perceber que crianças e adolescentes não hackeavam os computadores a qual tinham acesso. O que faz sentido, afirma ele, porque ninguém quer estragar um computador caríssimo como um MacBook Pro. Mas se entregassem a esses jovens computadores baratos e com cara de desmontável, quem sabe eles começariam a criar novas coisas em cima da plataforma.
Deu certo. Já foram mais de 750 mil unidades vendidas. Na última semana, o Google anunciou a compra de 15 mil Pi para distribuir em escolas do Reino Unido. A grande surpresa é que o computador não se restringiu à esfera da educação. O Pi conquistou milhares de entusiastas da tecnologia. Foi criada inclusive uma revista, a MagPi, com informações sobre projetos feitos com o Pi. No fim do ano passado, nasceu uma loja de aplicativos voltada exclusivamente para esses computadores.
Desde o surgimento, o minipc já foi utilizado para as mais diversas funções. Um usuário inclusive colocou uma webcam acoplada a um balão e conseguiu tirar fotos do espaço com o Pi. A ideia, diz Lomas, é justamente essa. “O usuário do Pi passa a ter uma relação totalmente diferente com o seu computador, porque ele criou aquilo. Isso faz toda a diferença.”
O projeto de Lomas agora é otimizar a distribuição mundial, melhorando inclusive a venda dos pequenos computadores no Brasil. Ele afirmou que uma segunda versão do Pi pode ser desenvolvida a partir de 2014, mas por enquanto não quer “alienar quem comprou a primeira versão”.