Londres – Manadas de jornalistas. Não é exagero algum assim definir as duas grandes movimentações dos profissionais de imprensa que presenciei no Parque Olímpico desde que cheguei a Londres, semana passada.
Sexta-feira, uma hora e meia antes da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos, o Centro de Imprensa, cujas mesas para os notebooks sempre são disputadíssimas – ao todo, 7,5 mil jornalistas estão credenciados para trabalhar no local – esvaziou-se em questão de minutos. Como da nossa equipe só a colega Adriana Brum estava credenciada para a cerimônia, decidi acompanhar a fuga instantânea de homens e mulheres de todos os cantos do mundo, que carregavam toda a sorte de parafernália tecnológica, do desatualizado gravador de fita cassete ao mais poderoso canhão de lente fotográfica.
Um êxodo cuja proporção poderia fazer Moisés repensar a execução de seu grande feito: talvez faltasse força ao guardião dos Dez Mandamentos para manter as águas suspensas por tanto tempo para que uma multidão desse tamanho atravessasse o Mar Vermelho.
Ontem a grande jornada se repetiu na estreia do basquete masculino norte-americano. A partir de agora, sempre que os astros da NBA pisarem na quadra da Arena de Basquete, o segundo dos cinco fenômenos olímpicos dessa natureza se repetirá – os outros três, ao lado da cerimônia de abertura, são finais dos 50 e 100 metros na natação, as do 100 e 200 metros rasos no atletismo e a cerimônia de encerramento.
Sem espaço para todos na área destinada à imprensa na Arena de Basquete, restou aos jornalistas que chegaram de última hora (entenda-se: que não estavam lá com no mínimo duas horas de antecedência) se acotovelarem na porta do ginásio na vã esperança de que algum lugar vagasse na vitória de 98 a 71 sobre a França. Este sim um milagre que nem mesmo Moisés na plenitude de sua forma seria capaz de realizar.
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